Remo e Flamengo compartilham ídolos


Embora não se possa chamar o Re-Fla de clássico com a mesma segurança que se chama um Re-Pa ou um Fla-Flu, a verdade é que as duas agremiações compartilham com um pequeno histórico de atletas que brilharam com as duas camisas. Vários foram os jogadores que começaram em um clube e brilharam no outro e vice-versa, mas alguns conseguiram um feito ainda maior que é ser ídolo nos dois clubes. 
É o caso de três atletas. O goleiro maranhense Clemer, após uma vida cigana por clubes de diversas regiões do país, descobriu o que era regularidade atuando pelo Clube do Remo. Titular nas conquistas do Parazão 94 e 95, o bom desempenho de Clemer com a camisa azulina rendeuconvites para jogar no Goiás e na Portuguesa de onde se transferiu para o Flamengo. Na Gávea, seria titular durante quase cinco anos, onde conquistou três campeonatos cariocas e o título da Copa Mercosul.
Formado nas divisões de base rubro negras, o meia Júlio Cesar só foi conquistar espaço na Gávea após sua vitoriosa passagem por empréstimo ao clube de Periçá. Em 1977 e 78 atuou ao lado de Aderson, Bira e Mesquita, em um dos melhores times que o Remo já teve e se sagrou bicampeão estadual. Retornaria ao clube de origem, onde finalmente ganharia espaço e seria titular entre o final da década de 70 e início de 80. O atleta ainda hoje é grato pelo tempo em que jogou em Belém. “As entortadas nos adversários e apelido de Uri Geller começaram aqui. Serei eternamente grato ao Clube do Remo”, afirmou o ex-atleta em sua última passagem pela cidade.
UM PREDESTINADO
Oriundo da base flamenguista, Aílton atuou durante sete anos com a camisa rubro-negra. Viveu os últimos anos da era Zico e os primeiros da geração de garotos que formariam o time campeão brasileiro em 92. Em 99, quando vestiu a camisa do Remo, no entanto, ele já estava um tanto desacreditado. “Duas semanas antes da decisão do campeonato eu estava vetado. Me recuperava de uma cirurgia no joelho, cheguei a acompanhar o grupo de jogadores de muletas. Mas, quis o destino que eu jogasse aquela final e fizesse o gol do título”, relembrou o ex-atacante citando a conquista do Parazão 99 na vitória por 1x0 sobre o Paysandu, com gol seu.
Aílton lembra com muita felicidade pela passagem no Remo, e diz que havia algo de realmente místico naquele gol. “Durante o campeonato, eu andei perdendo alguns gols de driblar o goleiro e depois chutar pra fora, mas dizia que na hora mais importante eu marcaria, e não foi diferente. Lembro como se fosse hoje do cruzamento pela direita do Leonardo para o meu chute quase de carrinho, e as arquibancadas vibrando de emoção”, diz o atual auxiliar técnico do Flamengo. Aílton relembra que, em seguida do gol, recebeu um cruzamento e perdeu um gol fácil na cara do gol bicolor. “É, tava escrito... Tinha que ser por 1x0 mesmo”, brinca.
Aílton diz que guardou, com carinho, passagem pelo Remo, mas acabou se afastando do futebol paraense. Hoje, do outro lado, ele espera um jogo difícil mas acredita num bom resultado para o Mengão. “Estudamos a equipe do Remo. Nunca é fácil jogar aqui em Belém, e tenho certeza que não será diferente desta vez, mas o time está focado e tenho certeza que vai partir com tudo para cima do seu objetivo, que é a classificação”, afirma o auxiliar de Jorginho.
(Diário do Pará)

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