HOJE O MEU IDOLO MAIOR ESTÁ COMPLETANDO 60 ANOS:


MINHA HOMENAGEM AO MEU GRANDE ÍDOLO, QUE TIVE O PRIVILÉGIO DE ENTREVISTAR POR VÁRIAS VEZES. MOTIVO DE ORGULHO PARA QUALQUER JORNALISTA E RADIALISTA. ISSO SIM É HISTORIA.

História


A história de um menino franzino que faria história com a bola

Caçula dos seis filhos de José Antunes Coimbra, imigrante português, e da carioca Matilde da Silva Coimbra, Arthur Antunes Coimbra nasceu no dia 3 de março de 1953, às 7h. Veio ao mundo no bairro de Quintino, Zona Norte do Rio de Janeiro. Seu pai, apesar de português, tinha o Flamengo como time de coração amava o futebol. Por pouco não se tornou goleiro profissional no Rubro-Negro.
A Família Antunes Coimbra reunida no aniversário da matriarca 'Dona' Matilde
A Família Antunes Coimbra reunida no aniversário da matriarca "Dona" Matilde 

"Seu" José Antunes Coimbra chegou a trabalhar em padaria, mas especializou-se e passou a levar a vida no ofício de alfaiate. "Dona Tidinha", como era carinhosamente chamada a mãe do Galinho, se ocupava de organizar o time da casa, ainda sem o pequeno que se tornaria o mais famoso de todos. A essa altura, a família Coimbra contava com Maria José (Zezé), José Antunes (Zeca), Fernando (Nando), Eduardo (Edu) e Antônio (Tunico).
Zico era franzino quando menino. O apelido que o tornou famoso teve origem aí, na infância. Pequenino, Arthur virou Arthurzinho e, depois, Arthurzico. Partiu da prima Ermelinda reduzir o apelido ainda mais. Foi assim que começou a história do Galinho de Quintino. Este outro apelido foi dado pelo radialista Waldyr Amaral, que se inspirou no jeito de andar do craque.
Diferentemente do que se vê hoje em dia, Zico atuou com a camisa de apenas três clubes em toda a sua carreira. Além do Flamengo, defendeu a Udinese, da Itália, e o Kashima Antlers, do Japão. Ele quase foi parar no America, levado pelo irmão Arthurzinho, mas teve chance de optar e escolheu o Rubro-Negro. Chegou à Gávea em 1967, na escolinha, levado pelo radialista Celso Garcia. Ele havia visto o menino jogar muito numa partida de futebol de salão. Foi levado lá por Ximango, amigo da família Coimbra.
Zico marcou nove vezes numa vitória de 14 a 0. Demorou um pouco, mas três anos depois veio o primeiro jogo no Maracanã, ainda pela escolinha. Na ocasião, ganhou as chuteiras de Carlinhos, o "Violino", que estava se despedindo da carreira de jogador. Fez valer a honra.
Daí para o estrelato não demorou muito. Cresceu e passou a defender as cores do Flamengo, marcando seus gols e criando suas jogadas geniais. Em 1971 passou para o Juvenil e marcou seu primeiro gol diante da torcida que o consagrou. Foi de pênalti, num empate em 1 a 1 contra o Botafogo. Tornou-se o maior artilheiro da história do Flamengo, marcando 508 gols em 731 partidas. Zico é o ícone principal da maior conquista rubro-negra: o título mundial de 1981.
Ganhou respeito na Europa, graças ao desempenho em duas temporadas defendendo a Udinese. Fez mais ainda no Japão, onde virou sinônimo de futebol, conquistando a admiração de um povo que não se cansa de homenageá-lo. Tanto que ganhou duas estátuas por lá, além de uma comenda pelos serviços prestados ao país das mãos do imperador. Assumiu a seleção japonesa, que buscava a vaga na Copa de 2006.
Zico marcou história também na seleção brasileira, mesmo sem conquistar o título de campeão mundial com a camisa amarela. Atuou por 10 pela Seleção, marcando 66 gols em 89 partidas, tendo saído como segundo maior artilheiro, atrás apenas de Pelé (depois, foi ultrapassado por Romário). Jogou em três Copas do Mundo, a primeira delas em 1978, sob o comando de Cláudio Coutinho. Fez parte da famosa seleção de 1982, tendo Telê Santana como treinador, atuando ao lado de craques como Falcão e Sócrates.
Dunga, Romário e Gonçalves no treino da seleção brasileira, em Lésigny, na França
Dunga, Romário e Gonçalves no treino da seleção brasileira, em Lésigny, na França 

Em sua terceira e última Copa do Mundo, no México, em 1986, o Galinho viveu um drama. Zico enfrentava a desconfiança da crítica esportiva em razão de seu estado físico. Tudo começou com a lesão provocada por Márcio Nunes, do Bangu, em 1985. Chegou ao Mundial como reserva. Atuou em três das cinco partidas do Brasil, contra Irlanda do Norte, na primeira fase, com o Brasil já classificado; Polônia, nas oitavas de final; e França, nas quartas. Não marcou gols, perdendo a melhor chance que teve para fazê-lo, um pênalti contra os franceses.
A decisão foi levada à cobrança de pênaltis. Zico fez, mas não foi suficiente. Sócrates e Júlio César perderam suas cobranças e o Brasil foi eliminado. O Galinho chegou a ser procurado pelo técnico Sebastião Lazaroni para disputar a Copa seguinte, em 1990, mas ele descartou. Passava agora a pensar no futebol por outro ângulo. Virou treinador, dirigente e até trabalhou para o governo. Pode não ter feito os golaços de costume. No entanto, jamais deixou faltar seu conhecido empenho, reforçando definitivamente seu espaço como grande personalidade da história esportiva do Brasil.

Companheiros exaltam amizade e desejam parabéns ao Rei da Gávea

Colegas, companheiros, amigos. Muitos atletas renomados tiveram a oportunidade de atuar ao lado do maior ídolo da história do Flamengo. Durante os diversos anos em que jogou pelo Rubro-Negro, Zico colecionou títulos, prêmios e grandes amizades. Exaltado pelo seu lado responsável quando o assunto era o clube do coração, o Galinho sempre manteve um bom relacionamento com todos que passavam a ter sua companhia.

Amizade além do esporte

Um dos nomes mais presentes na caminhada de Zico sempre foi o do amigo Júnior. Companheiros no Flamengo e na seleção brasileira, os ídolos rubro-negros sempre demonstraram uma grande parceria dentro e fora de campo. Amigos profissionais e pessoais, os craques conseguem manter até hoje uma convivência grandiosa, mostrando que toda a relação vai além das quatro linhas.
Inseparáveis, Zico e Júnior continuam mantendo amizade
Inseparáveis, Zico e Júnior continuam mantendo amizade 

"Sempre tivemos um bom relacionamento, e temos uma relação muito afetiva até hoje. Mesmo depois que deixamos os gramados mantivemos nossa amizade. Nossas esposas e filhos também são amigos, frequentamos os mesmos locais. É um elo que vai além do lado esportivo e profissional. A amizade permaneceu e isso é o mais importante", revelou Júnior.
Com a grande amizade também entre as famílias, Júnior não deixou de lado o fato do Galinho de Quintino ter também novos xodós dentro de casa. Os netos são a nova paixão de Zico, que no lado familiar vive uma das fases mais importantes de sua vida. Ciente do momento especial do amigo, Júnior também revelou seus votos de sucesso e felicidade para o fiel companheiro.
"Chegou um dia mais que especial para ele, são 60 anos. Só tenho que desejar tudo de bom, ainda mais agora, com os netos que ele tanto ama, por ser um momento tão maravilhoso. Espero que ele possa ter muitos anos ainda pela frente para desfrutar esse momento tão especial em sua vida", desejou.

Parceria dentro e fora de campo

Ídolo no Flamengo, Nunes sempre foi aclamado pelos torcedores rubro-negros por ser um dos atletas mais dedicados dentro das quatro linhas. Presente na Era de Ouro da equipe da Gávea, o ex-atacante conviveu por muitos anos ao lado do Galinho, com quem criou um grande laço de amizade.
Amigos dentro e fora de campo, Zico e Nunes formaram parceria de ouro
Amigos dentro e fora de campo, Zico e Nunes formaram parceria de ouro
"Sempre tivemos um relacionamento muito bom. Além de companheiros de clube, éramos muito amigos do lado de fora do campo. Por diversas vezes participamos de muitos eventos juntos, realmente um grande companheiro. Estar ao lado dele era sempre especial, principalmente nas decisões. Contra Grêmio, Cobreloa, Liverpool .. eram sempre momentos muito marcantes ao lado do amigo Zico", disse Nunes.
Cada vez mais perto do 60º aniversário do Rei da Gávea, o Artilheiro das Decisões fez questão de parabenizar o amigo e ressaltar o desejo por positividades para o eterno camisa 10. Além dos votos de felicidades, o tradicional cumprimento entre os flamenguistas não poderia ficar fora da mensagem tão especial.
"Hoje, eu aproveito esta oportunidade para felicitá-lo pelas 60 primaveras. Que seja sempre muito feliz, e aproveite este momento mais que especial. Falando por mim, e por e todos os outros companheiros, só posso desejar tudo de melhor. Um grande abraço, meu amigo, e saudações rubro-negras!", concretizou.

Espelho profissional

Outro que sempre exalta o companheirismo com o Galinho é Rondinelli. O Deus da Raça, como era chamado pelos torcedores rubro-negros, nunca deixou de lado a questão do profissionalismo do amigo. Um dos maiores líderes da equipe, Zico sempre teve a característica da seriedade como uma das mais fortes quando o assunto era futebol, e o fato é visto com grande valia até os dias de hoje.
Profissionalismo de Zico é exemplo para Rondinelli
Profissionalismo de Zico é exemplo para Rondinelli
"A maior das lembranças quando penso no Zico é em relação ao modo de trabalhar, com a maior seriedade possível, sempre buscando o melhor, não só para ele, mas para todo o grupo. Esta é a grande referência do que guardo quando falo dele, um verdadeiro exemplo de ser humano. Mesmo com todos os momentos de descontração que tivemos juntos, o lado profissional e responsável é o mais grandioso que me permito recordar, foi e sempre será um grande exemplo", contou Rondinelli.
Sempre ressaltando a importância de Zico para a história do Flamengo, e do futebol mundial, o ex-zagueiro também não poupou palavras para direcionar ao amigo grandes palavras de carinho e afeto em função de mais um aniversário. Para o amigo, a data festiva será apenas mais uma em que o ídolo rubro-negro receberá as tão justas homenagens por toda sua história.
"Gostaria de desejar, nesta data tão especial, um feliz aniversário. Que tenha sempre a maior felicidade do mundo, e que Deus esteja sempre o abençoando pela pessoa que é. Tudo que ele fez, não só no futebol, como também em sua vida particular, mostra o quanto ele é merecedor de todas as homenagens que irá receber pelo mundo. Tudo do melhor para este ser humano espetacular. Meus parabéns, e que venham mais 60 anos pela frente. Um grande abraço, meu amigo", concluiu mais um de seus companheiros.

Zico e Flamengo: história vitoriosa e de idolatria

A história de Zico se confunde com a do Flamengo. É difícil lembrar do craque sem associá-lo ao clube, assim como é difícil não pensar em Zico ao falar sobre o Flamengo. Zico não é considerado o maior ídolo rubro-negro à toa. Foi sob a batuta do craque que o Fla teve seu momento mais vitorioso.
Zico festeja um de seus inúmeros gols com a camisa do Flamengo
Zico festeja um de seus inúmeros gols com a camisa do Flamengo 

Por sua trajetória e identificação com o Flamengo, Zico virou rei para a Nação. A idolatria dos súditos é eterna. Para os mais fanáticos, o dia 3 de março é considerado o Natal rubro-negro. A torcida do Fla não se cansou de gritar no Maracanã:
"Ei, ei, ei, Zico é o nosso rei!"
Zico foi levado para o Flamengo menino. O garoto precisou crescer e superar o físico franzino para brilhar. Talento não faltava. O Galinho de Quintino encorpou. E rapidamente virou craque, ídolo, rei...

Assumindo cargo de diretor executivo na gestão Patricia Amorim
Assumindo cargo de diretor executivo na gestão Patricia Amorim | Crédito: André Luiz Mello / Agência O Dia
A idolatria passou a ser cantada em músicas, como a de Jorge Ben, autor de "Camisa 10 da Gávea". A expressão logo se popularizou e ficou eternizada. Zico virou eterno para o Flamengo.
Craque, o eterno camisa 10 da Gávea mostrou um repertório vasto para ser reconhecido como um dos principais jogadores do mundo à época. Habilidoso, técnico e goleador, além de líder, Zico conquistou até o mundo pelo Flamengo.
Zico é simplesmente o maior artilheiro da história do Flamengo com 509 gols. O craque vestiu o manto em 732 jogos e conquistou mais de 15 títulos, entre eles um Mundial, uma Libertadores, quatro Brasileiros e sete Cariocas.
O Maracanã também faz parte da história de Zico. O Templo do Futebol foi um dos palcos prediletos do craque, que eternizou seu nome na galeria dos imortais e na calçada da fama do estádio. Zico é o principal goleador do Maraca com 333 gols.
A história de Zico é tão ligada ao Flamengo e ao Maracanã que virou música de Moraes Moreira. Os versos de Saudades do Galinho eternizaram:
"E agora como é que eu fico nas tardes de domingo sem Zico no Maracanã?"

A formação do time campeão brasileiro de 1987 com vitória sobre o Internacional
A formação do time campeão brasileiro de 1987 com vitória sobre o Internacional | Crédito: Arquivo / Agência O Dia

Campeão Mundial




Herói da Nação: Referência e liderança na Era de Ouro

Maior ídolo da história do Flamengo, Zico não poderia ficar fora da conquista mais importante do Rubro-Negro. O ex-camisa 10 liderou a equipe na conquista do Mundial de Clubes de 1981, além de ter sido primordial na campanha da Copa Libertadores, que assegurou a possibilidade da equipe carioca disputar o torneio que deu ao clube o status de time dos sonhos da época, que também conquistou o Campeonato Carioca da temporada.

Levanta o troféu do título mundial após vitória sobre o Liverpool
Levanta o troféu do título mundial após vitória sobre o Liverpool | Crédito: Arquivo / Agência O Dia
Com uma campanha oscilante no torneio continental, o Flamengo teve em Zico a garantia de uma grande conquista. Na primeira fase, o Rubro-Negro carioca conquistou apenas uma vitória, ao derrotar o Cerro Porteño por 5 a 2, tendo empatado as partidas contra Atlético-MG e Olímpia, por 2 a 2 e 1 a 1, respectivamente. Classificado em função do saldo de gols maior que o da equipe mineira, o time do Galinho de Quintino demonstrou sua superioridade durante os jogos da segunda fase da competição, onde goleou o Deportivo Cali e o Wilstermanm sem encontrar grandes dificuldades.
Artilheiro da competição, com 11 gols, Zico tomou conta dos holofotes da Copa Libertadores durante os jogos da final do torneio. Para assegurar o título, o Flamengo enfrentou o Cobreloa em três partidas emocionantes, onde o camisa 10 fez a diferença ao marcar todos os gols da equipe nos confrontos da final. No primeiro embate, realizado no Maracanã, Zico marcou duas vezes no confronto, que terminou com a vitória rubro-negra por 2 a 1, diferentemente do segundo jogo, que o Cobreloa venceu por 1 a 0, no Uruguai.
Para a grande decisão, a partida de desempate, também realizada no Uruguai, Zico mostrou mais uma vez o motivo de ser considerado um grande ídolo para a Nação rubro-negra. O jogador fez a diferença e marcou os dois gols da vitória sobre o Cobreloa, garantindo a conquista do título inédito da Copa Libertadores da América, além de assegurar a vaga da equipe na disputa da competição mais importante do futebol mundial.
Após a conquista do torneio continental, o Flamengo viajou para o Japão em busca do status de melhor time do mundo. Em confronto com o Liverpool, campeão europeu em 1981, o clube carioca alcançou sua maior conquista no dia 13 de dezembro, vendo o astro rubro-negro liderar mais uma vez os guerreiros da Gávea. Diferentemente da final da Libertadores, o craque não balançou as redes no Mundial de Clubes, entretanto, o camisa 10 fez toda a diferença na partida.
Zico ao lado do ex-companheiro de Flamengo na campanha do título mundial
Zico ao lado do ex-companheiro de Flamengo na campanha do título mundial 

Mesmo sem balançar as redes, Zico deu um show de futebol no gramado do Estádio Nacional de Tóquio. Logo no primeiro gol do jogo, o craque fez belo lançamento para Nunes abrir o placar. Em sua maior especialidade, o Galinho de Quintino teve boa chance para deixar sua marca aos 34 minutos do primeiro tempo. Mas após cobrar falta, Zico viu o goleiro Grobbelaar rebater seu chute, e Adílio aproveitar a sobra para aumentar a vantagem do Flamengo, que fechou o placar aos 41 minutos da primeira etapa, com mais um gol de Nunes, novamente com assistência do Maestro rubro-negro.
Após liderar a ótima atuação da equipe da Gávea contra o Liverpool, Zico foi eleito o melhor jogador do Mundial, fato que o fez ser premiado com um carro, oferecido pela patrocinadora da competição. O curioso da premiação ficou pela atitude do craque, que ficou com o automóvel, mas dividiu todo o valor atribuido ao carro com os companheiros de equipe. Show dentro e fora do campo do maior ídolo da Nação rubro-negra.
Zico ao lado do goleiro Raul, ambos do time campeão mundial, em evento para lembrar a conquista
Zico ao lado do goleiro Raul, ambos do time campeão mundial, em evento para lembrar a conquista |


Na Seleção


Zico em 1982, no jogo em que o Brasil foi eliminado pela Itália
Zico em 1982, no jogo em que o Brasil foi eliminado pela Itália

Na seleção brasileira, Zico marcou uma era. Se não conseguiu o título de campeão mundial com a camisa canarinho, o Galinho foi a estrela principal de uma das maiores equipes de todos os tempos. Uma geração privilegiada que contou, além do ídolo do Flamengo,com grandes craques do nível de: Falcão, Leandro, Júnior, Toninho Cerezo, Éder e Sócrates.A seleção brasileira de 1982, apesar da derrota pra a Itália na batalha de Sarriá, estará imortalizada para sempre nas lembranças dos brasileiros que a viram em campo e na curiosidade de quem não pode acompanha-la.
No entanto, a passagem de Zico na Seleção durou muito mais do que uma Copa do Mundo. O Galinho atuou com a camisa brasileira por quase treze anos. Com 66 gols em 89 partidas, o ídolo rubro-negro é até hoje o quarto maior artilheiro do Brasil, atrás apenas de Pelé, Ronaldo e Romário. Com a camisa verde e amarela, Zico conquistou cinco títulos, todos em 1976: Copa Rio Branco, Copa Roca, Copa Oswaldo Cruz, Copa do Atlântico e o Torneio Bicentenário dos EUA.

Primeira e última partida

A primeira partida de Zico pela seleção brasileira ocorreu em 1976. O início do Galinho foi o melhor possível. No dia 25 de fevereiro, Zico fez de falta, o gol da vitória contra o Uruguai na Copa Rio Branco, em Montevidéu. Sua última partida pelo Brasil aconteceu em 1989, Zico fez sua. Um dia antes de completar treze anos de sua estreia com a camisa verde-amarela,o Galinho atuou contra um combinado de estrangeiros. A seleção brasileira acabou derrotada por 2 a 1.
Zico como coordenador técnico da Seleção de Zagallo: desavença com Romário
Zico como coordenador técnico da Seleção de Zagallo: desavença com Romário

As Copas de Zico

O Galinho participou de três Copas do Mundo com a camisa verde e amarela. Em 1978, Zico fez sua estreia em Mundiais. Sem muita responsabilidade, ele ainda buscava se firmar na seleção de Coutinho. Seu primeiro gol em Copas foi contra o Peru, em uma penalidade. Por conta de uma lesão contra a Polônia, ainda na fase de grupos, o Galinho não pode ajudar mais a seleção brasileira. O Brasil acabou na terceira posição no Mundial da Argentina.
Em 1982, junto de grandes astros do futebol, Zico participou de uma das melhores seleções de todos os tempos. Com quatro gols no Mundial, o meia foi um dos principais jogadores da competição. Porém, quis o destino que o Galinho, junto daquela que foi uma das maiores seleções de todos os tempos, fossem derrotados pela Itália, em Sarriá, por 3 a 2 se despedindo da Espanha sem a sonhada conquista. Esta partida foi a única derrota do Galinho com a seleção brasileira, em jogos oficiais.
Na Copa do México, Zico já não estava no melhor da sua forma física. O Galinho começou no banco de reservas e atuou em três das cinco partidas do Brasil na competição. No confronto contra a França, válido pelas quartas de finais, o ídolo entrou na segunda etapa e fez bela jogada que resultou em um pênalti sofrido por Branco. Na cobrança, o Galinho acabou errando a chance. A partida continuou empatada e foi decidida nas penalidades. Com personalidade, Zico cobrou novamente, e marcou. Porém, Sócrates e Júlio César perderiam as suas e o Brasil acabaria eliminado.

A fatídica cobrança de pênalti contra a França, em 1986
A fatídica cobrança de pênalti contra a França, em 1986 | Crédito: Arquivo / Agência O Dia
Depois de se despedir da seleção em 1989, o técnico Sebastião Lazaroni, que comandou o Brasil na Copa de 1990, chegou a conversar com Zico se o jogador não poderia repensar a sua decisão de não disputar a Copa. Porém, Galinho optou por não jogar mais futebol com a camisa canarinho.


Carreira




Gols, títulos e superação: a carreira de Zico

Um camisa 10 com qualidade para deixar os companheiros na cara do gol. E um camisa com 10 com faro de artilheiro. O talento de Zico era inquestionável, craque reconhecido mundialmente. Ele foi ídolo por onde passou, a começar pelo Flamengo, sua segunda casa. Depois, o Galinho fez súditos na Itália defendendo a Udinese e no Japão, onde ajudou a popularizar o futebol.
Além dos três clubes, Zico vestiu a camisa da seleção brasileira. O craque fez parte da geração de 82, eternizada como uma das melhores do futebol mundial.
A trajetória de Zico começou nas quadras de Quintino, bairro na Zona Norte do Rio. Não demorou a trocar o futsal e a ir para o Flamengo brilhar no campo. E a conquistar o mundo com seu futebol. Foram títulos, prêmios individuais e mais de 600 gols.
Zico colecionou títulos na carreira, em especial na era de ouro do Flamengo, quando conquistou a Libertadores, o Mundial, quatro Brasileiros e sete Cariocas. Pela Seleção, conquistou a Copa Roca de 1976 e o Mundialito de Cáli um ano depois.
A superação também foi uma constante na vida do craque. O primeiro problema foi o físico franzino. Porém, o principal obstáculo foi uma entrada desleal de Márcio Nunes: Zico teve de operar o joelho esquerdo. Mas o Galinho driblou mais uma dificuldade.

De Quintino para a Gávea

Zico começou a bater bola em seu bairro, Quintino Bocaiúva, Zona Norte do Rio. Ainda garoto, era destaque do Juventude de Quintino, time de futsal de amigos e familiares. De lá ele foi para o River, clube de Piedade. Aos 14 anos, em 1967, Zico foi levado para o Flamengo por Celso Garcia, radialista amigo da família do futuro craque: começa a história de amor entre o craque e o Fla.

A carteira do futuro craque do Flamengo no início da vida como jogador
A carteira do futuro craque do Flamengo no início da vida como jogador | Crédito: Reprodução Internet
O promissor garoto trocou as quadras pelo campo e demorou a engrenar. A estreia como profissional foi em 1971, em um clássico com o Vasco no qual deu passe para o gol da vitória. Franzino, Zico ganhou o apelido de Galinho de Quintino. E foi justamente o aspecto físico que "travou" o futuro craque no início de sua carreira. O meia precisou passar por um trabalho de fortalecimento muscular e alternou entre a base e o time profissional.
Encorpado, Zico se firmou definitivamente no time profissional em 1974. Já com a camisa 10, ele levou o Flamengo ao título carioca daquele ano, seu primeiro título como titular. Era apenas o primeiro de muitos, mas Zico e Fla amargaram um pequeno jejum de conquistas. No Estadual de 1977, uma dura derrota, nos pênaltis, para o Vasco. Porém, daí surgiu um pacto entre os jogadores: o de que aquele elenco daria a volta por cima. Foi o que aconteceu.

Era Zico, a época de ouro do Flamengo


Zico nos primeiros anos como profissional do Flamengo
Zico nos primeiros anos como profissional do Flamengo 

A resposta de Zico & Cia. aconteceu logo em 1978 com um título estadual dramático sobre o Vasco (Rondinelli, após cobrança de escanteio efetuada pelo camisa 10, marcou). A conquista foi o pontapé inicial para a série de campeonatos vencido pelo Flamengo, a começar pelo tricampeonato carioca, o que já colocou aquela geração na história do clube.
Dono do Rio, Zico e o Flamengo aumentaram o domínio territorial. Primeiramente, conquistaram o Brasil em 1980. Sob a batuta do craque, artilheiro da competição com 21 gols, o Fla conquistou o título brasileiro, o primeiro de sua história. Um ano depois foi a vez da América e do mundo se curvar ao talento de Zico & Cia. O camisa 10 comandou o Rubro-Negro nos títulos da Libertadores e do Mundial: idolatria consolidada.
Com Zico como principal craque, o Flamengo conquistou mais dois Brasileiros, em 82 e 83. O camisa 10 então foi virar rei na Itália, onde defendeu a Udinese por duas temporadas.

Zico à italiana

Na maior transação de um clube italiano na época, cerca de 4 milhões de doláres, Zico foi para Udinese e chegou recebido com festa. Rapidamente ele virou ídolo. Na primeira temporada, o craque fez 19 gols e ficou a um do artilheiro do Italiano, o francês Michel Platini, da Juventus. A Udinese figurou em terceiro lugar no campeonato, mas caiu de rendimento após uma lesão de Zico e ficou fora da classificação para as competições europeias.
A segunda temporada foi complicada. Zico sofreu com lesões musculares. A Udinese não conseguiu montar um time competitivo. Foi o cenário para o Galinho sair do clube. Além disso, a justiça italiano acusou o craque brasileiro de enviar ilegamente dinheiro ao Brasil (Zico foi absolvido depois).

O Galinho levanta o troféu do título mundial de 1981, no auge
O Galinho levanta o troféu do título mundial de 1981, no auge |

Retorno do rei

Após duas temporadas na Itália, Zico volta para casa e desembarca no Rio para defender o Flamengo novamente. Porém, não demorou muito para o camisa 10 viver um drama. No jogo contra o Bangu, em agosto, o volante Márcio Nunes deu uma entrada violenta que machucou o craque rubro-negro. Entre idas e vindas do departamento médico, Zico teve de passar por duas cirurgias no joelho esquerdo.
Zico passou a conviver com a dor. Foi mais um obstáculo na vida do Galinho. Mesmo assim o craque não parou de brilhar. Em 1987, aumentou sua lista de títulos pelo clube ao conquistar o Brasileirão. No mesmo ano, operou pela terceira vez o joelho.

Despedida do Galinho

Zico jogou mais dois anos pelo Flamengo. Em 1989, no dia 2 de dezembro, o craque se despediu dos gramados no clássico com o Fluminense, em Juiz de Fora. O Fla venceu por 5 a 0, o camisa 10 fez um gol de falta, uma de suas especialidades.

Rei japonês

Após se dedicar à política, Zico foi Secretário Nacional de Esportes, o craque abandonou a aposentadoria para ajudar um projeto ambicioso: ajudar a desenvolver o futebol japonês. O craque foi, em 1991, jogar no Sumitomo Metals, da Segunda Divisão do país.
Zico mudou o futebol japonês e ajudou a popularizá-lo. O Sumitomo Metals deu origem ao Kashima Antlers. Com o craque brasileiro, o clube virou uma potência e conquistou títulos. Com a missão cumprida, Zico se aposentou de vez em 1994.

MEUS PARABENS MEU ÍDOLO 
LAMBERTO DE CARVALHO

 Fonte: O DIA

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