COMENTÁRIOS DE UM DOS MAIORES CRAQUES DO FUTEBOL BRASILEIRO
Além da vitória
O Palmeiras é o pior dos brasileiros na Libertadores, mas está no mesmo nível ou é superior à maioria das outras equipes. O Libertad, que ganhou do Palmeiras, no Paraguai, está entre os melhores times, fora os brasileiros. O Palmeiras tem boas chances de se classificar e, dependendo de quem enfrentar, pode ir mais longe.
O Atlético-MG, com Tardelli, melhorou na qualidade e no repertório de jogadas, com mais troca de passes e menos jogadas aéreas. Bernard, com a ajuda de Cuca, finaliza hoje muito melhor e aprendeu o momento certo de partir em velocidade para receber a bola, sem entrar em impedimento.
Contra o Strongest, Ganso entrou no segundo tempo, muito mais ativo, desarmando e aparecendo mais para receber a bola. Como disse Alberto Helena Jr., Ganso é um típico armador, organizador, e não um meia ofensivo, para entrar, com frequência, na área, para fazer gols, como tantos pedem.
O Corinthians, com Pato e Renato Augusto, poderá ficar melhor que no ano passado. Está longe de ser. Pato, como ocorreu em toda a carreira, alterna lances brilhantes e outros muito confusos. Parece um craque, mas não é. É um bom, ou excelente, atacante.
O Fluminense, com os mesmos jogadores, técnico e sistema tático, está, como o Corinthians, pior que em 2012. Já surgiram dezenas de teorias e razões para a queda da equipe. Comentarista adora antecipar e explicar os fatos, geralmente com uma única causa. Vitórias e derrotas ocorrem, muitas vezes, sem avisar, em uma fração de segundos, entre uma batida e outra do coração.
As grandes equipes, como o Santos, de Pelé, e o Barcelona, perdem, até várias vezes seguidas, por muitos fatores. Todas têm deficiências técnicas. O treinador do Barcelona é o auxiliar do auxiliar, outro problema. Treinadores são supervalorizados, mas são essenciais. Além de tudo isso, esses times, após uma longa sequência de vitórias, acostumam-se com a rotina, como se fosse desnecessário, para continuar vencendo, fazer um esforço especial, algo mais. Essa inércia, fastio, dura um tempo variável. O mesmo acontece com os craques, como Neymar e Messi.
"Depois da hora radiosa, a hora dura do esporte, sem a qual não há prêmio que conforte, pois perder é tocar alguma coisa mais além da vitória, é encontrar-se naquele ponto onde começa tudo a nascer do perdido, lentamente" (Carlos Drummond de Andrade).
Tostão, médico e ex-jogador, é um dos heróis da conquista da
Copa do Mundo de 1970. Afastou-se dos campos devido ao agravamento de um
problema de descolamento da retina. Como comentarista esportivo,
colaborou com a TV Bandeirantes e com a ESPN Brasil. Escreve às quartas e
domingos na versão impressa de "Esporte".
Fonte: Folha de São Paulo
Fonte: Folha de São Paulo
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