Aécio critica Dilma após tucanos defenderem sua candidatura em 2014

Um dia depois de dirigentes do PSDB lançarem seu nome como candidato à Presidência da República em 2014, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) subiu à tribuna do Senado para criticar o governo.
Aécio disse que a presidente Dilma Rousseff quer reduzir as tarifas de energia elétrica realizando uma "profunda intervenção" no setor elétrico do país.
O tucano afirmou que o PT, em seus 11 anos de governo, não fez "qualquer esforço" na direção de reduzir as tarifas de energia. "Ao contrário, foram os Estados brasileiros, e em especial os Estados administrados pelo PSDB que, ao longo de todos os últimos anos permitiu que boa parte das famílias brasileiras tivesse a isenção daquele que é praticamente o único imposto estadual, o ICMS, nas contas de luz", disse.
O comando do PSDB definiu ontem que o tucano deve adotar uma postura mais "agressiva" contra o governo, entrando em discussões nacionais para consolidar posição dos tucanos contrária à gestão Dilma.
Aécio disse que a determinação do PSDB é "voltar a falar para o país", em especial no que diz respeito às "carências e expectativas" da população brasileira.
"O ano de 2013 é para o PSDB sair pelo país. Quanto à candidatura presidencial, defendo que surja apenas no amanhecer de 2014", desconversou.

Sergio Lima/Folhapress
Senador Aécio Neves e o ex-presidente FHC em encontro nacional do 
PSDB em um hotel de Brasília
Senador Aécio Neves e o ex-presidente FHC em encontro nacional do PSDB, que ocorreu em um hotel de Brasília
O tucano usou a MP 579, que tramita no Congresso, para criticar a conduta de Dilma no setor elétrico. Aécio criticou a decisão do governo de reduzir as contas de luz propondo a antecipação das renovações dos contratos de concessão do setor elétrico - transferindo a "conta" da redução das tarifas às concessionárias.
"Sem diálogo, sem dividir as preocupações com os Estados responsáveis por várias das companhias que mais vêm investindo, o governo federal, na verdade, a pretexto da diminuição do custo da conta de luz, faz uma profunda intervenção no setor elétrico", afirmou.
Aécio disse que líderes do governo querem "dividir o país em dois", deixando de um lado os que defendem a redução da conta de luz e, do outro, os que defendem as empresas de energia.
"Todos nós queremos contribuir, para que possa haver tarifas de energia mais baratas para todos os brasileiros, mas é um risco, uma imprudência, eu diria quase um desatino, fazermos isso à custa da insolvência do setor", afirmou.
O tucano propõe que o governo reduza as tarifas de energia adotando outras medidas, como retirar a cobrança de PIS/Cofins sobre a conta de luz, cancelar pelo menos 50% da taxa de fiscalização da Aneel ou reduzir encargos do Programa de Eficiência Energética ou do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento. "Esses são caminhos naturais e claros para quem quer, efetivamente, fazer um esforço para diminuir a incidência de impostos na conta de luz."
Aécio ainda criticou o fato de a presidente Dilma ter anunciado "às vésperas da última eleição municipal" que faria um "grande esforço" para diminuir os encargos nas contas de luz.
RENAN
Numa crítica ao senador Renan Calheiros (PMDB-AL), relator da MP do setor elétrico, Aécio disse que ele tem obrigação de promover mudanças no texto -- mesmo sendo candidato a presidir o Senado a partir de 2013.
"O governo não aceita que o relator mexa na medida provisória senão ele perderia a confiança para presidir o Senado. Espero que ele mexa na MP. Ele não é candidato a ministro de Minas e Energia, mas à presidência do Senado", disse Aécio
Fonte: Folha de São Paulo

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