Prevenção reduz contaminação de Aids em menores
Ações da Rede Cegonha reduziram a incidência de casos entre menores de 5 anos no Pará
A contaminação do vírus HIV em crianças paraenses menores de 5 anos
está caindo no Pará. Um levantamento da Secretaria de Estado de Saúde
(Sespa) mostra que, de 2009 a 2011, a taxa de incidência por 100 mil
habitantes oscila entre 0,01% a 1,60%. Um percentual pequeno, mas
considerado significativo se comparado ao apresentado em 2008, quando se
registrou 4,07%.
Uma das explicações apontadas para essa baixa é a política nacional de
prevenção de doenças que põem em risco a saúde da gestante e do bebê
antes e depois do parto, denominada Rede Cegonha. Por meio desse
programa do Ministério da Saúde (MS), operacionalizado pelo Sistema
Único de Saúde (SUS), busca-se ampliar o acesso, melhorar o acolhimento e
e a qualidade do pré-natal, promovendo a vinculação das gestantes às
unidades de referência para assistência ao parto, além de um
acompanhamento rígido, através de práticas de atenção.
'A Rede Cegonha é uma estratégia do governo que garante a todas
gestantes, incluindo as com HIV, um parto seguro para a mãe e à criança.
Por este motivo, intensificou-se a realização do teste de HIV logo nos
primeiros meses da gravidez, para que o acompanhamento seja dado a ela
se o resultado do exame for positivo', explica a coordenadora estadual
do Programa de DST/Aids, Deborah Crespo.
A programação da Semana de Luta contra o HIV será aberta hoje, às 9h,
pela Sespa na Unidade de Referência Materno Infantil e Adolescente
(Uremia), em Belém. A programação segue até domingo.
Bebês são infectados pela mãe na gestação -
Desde o ano 2000, o Ministério da Saúde tem registrado
um declínio de casos de Aids no público infantil, apesar de não ter
seguido o mesmo patamar em todo o País. Até a última década, as regiões
Norte e Nordeste aparecem entre as regiões que menos apresentaram bons
resultados.
Naquele período, a contaminação de menores de 5 anos passou de 5,4 casos
para três por cada 100 mil habitantes. Enquanto no Sudeste, a redução
foi de 8,2 para 2,8 crianças infectadas. No Norte, o número de casos
subiu de 1,9 para quatro casos por 100 mil habitantes.
Nessa faixa etária, a contaminação vertical é a que prevalece. Por este
motivo, a conclusão foi a de que somente a partir do pré-natal de
qualidade e realização dos testes de doenças infectocontagiosas, como o
teste rápido para HIV e Hepatites, seria possível reduzir os casos de
Aids.
A coordenadora do Programa Municipal de DST/Aids e HIV, a psicóloga
Francisca Vidigal, informa que na Casa Dia estão cadastradas,
atualmente, 38 crianças com idade de zero até os 13 anos, que recebem
acompanhamento permanente para identificar as manifestações do vírus
enquanto o corpo ainda carregar os anticorpos da mãe, portadora do
vírus.
Tratamento livra crianças de portar vírus -
Prova de que filhos de soropositivos podem ter vida
saudável, a pequena Ester, de um ano e seis meses, é uma das crianças
apontadas como livre da contaminação do vírus. Ela é filha do casal
Marta, de 39 anos, e Greicio, de 40 anos, soropositivo há quase 20 anos,
do município de Redenção, no sudeste paraense.
Um dos méritos para a menina não fazer parte da lista dos infectados
pelo vírus da doença foi a atitude da mãe em se submeter, rigorosamente,
ao serviço da Rede Cegonha desde os primeiros meses de gravidez. Assim
como, ingerir duas horas antes do parto os retrovirais e o pediatra
administrar a ela a medicação após o seu nascimento.
'Por causa do cuidado que houve durante a gravidez, o parto e o que
dedicamos até hoje a ela, a nossa filha é uma criança saudável', declara
com satisfação Greicio. Se fossem leigos, Greicio e a esposa não teriam
seguido adiante para realizar o sonho de ter um filho.
Mas, o engajamento dos dois na luta contra a Aids é tanta, ao ponto de
assumirem o comprometimento de criar há seis anos a ONG Renascer Vida,
com o objetivo de fazer a prevenção da doença e dar apoio às pessoas do
interior do Estado.
Fonte: Fonte: O Liberal
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