Estádio de Manaus leva em conta as características e a cultura da região

Da Amazônia para o mundo: construção também destacou a rica biodiversidade da Amazônia


SÃO PAULO - Um projeto arquitetônico que considerasse as características e a magia da região, explorasse suas peculiaridades e a biodiversidade. Essa foi a exigência dos responsáveis pela Copa do Mundo em Manaus ao escritório encarregado de projetar a Arena Amazônia. E o resultado, dizem eles, não poderia ser melhor: um estádio que será um cartão de visitas da região para mundo.
Quando for entregue, em dezembro de 2013, a arena para 44 mil pessoas promete impressionar - Arte/Estadão
Arte/Estadão
Quando for entregue, em dezembro de 2013, a arena para 44 mil pessoas promete impressionar visualmente. "Na concepção visual, uma treliça metálica tenta simular os losangos das escamas dos peixes amazônicos. E a concepção arquitetônica de cobertura e fachada tenta simular um paneiro, que é aquele cesto em que se carrega farinha", descreve Miguel Capobiango Neto, coordenador da Unidade Gestora do Projeto Copa do Amazonas. "Quem olhar terá a impressão de ver um cesto de palha."
Manaus contratou a Gmp do Brasil, filial do escritório alemão, um dos maiores do mundo no ramo da arquitetura e que já projetou mais de 30 arenas, entre elas algumas das Copas da Alemanha e da África do Sul e da Eurocopa deste ano, realizada na Polônia e na Ucrânia.
A experiência do escritório foi decisiva para o resultado final. "Sabemos que uma Copa do Mundo é uma plataforma extraordinária para uma cidade, uma região, um país como um todo, se mostrar ao mundo", explica o alemão Ralf Amann, diretor da Gmp brasileira. "É importante criar um marco significativo arquitetônico, levando em consideração a cultura, os costumes e a natureza local."
Os arquitetos fizeram uma ampla pesquisa para "capturar" os conceitos da região. E chegaram a um projeto bastante específico. "Cada um dos nossos estádios tem um visual. Sempre optamos por soluções simples e eficientes e tentamos refletir o espírito do local", diz Amann. "Aqui na Amazônia foi especial por ser o pulmão do mundo."
Outro fator levado em conta, explica o arquiteto, foi o orçamento – o custo atual da arena está em R$ 561 milhões, segundo a UGP Copa. "Temos sempre de nos enquadrar no orçamento", considera o arquiteto.
A parte operacional da Arena Amazônia também precisou de um planejamento minucioso. Isso porque uma características de Manaus são as fortes chuvas, o que poderia comprometer de maneira irreversível o cronograma da obra. Para "driblar" tal risco, foi decidido que o estádio seria erguido por meio de estruturas pré-fabricadas.
Para isso, foi montada uma fábrica na arena. "Essa foi a solução para poder dar a dinâmica que a obra precisava. A vantagem de trabalhar com elementos pré-fabricados é que não se fica refém do problema da chuva, pois se consegue operar com guindastes nos intervalos das chuvas", afirmou Capobiango.
Em pouco tempo, porém, um outro desafio terá de ser vencido: a colocação da estrutura metálica. As peças serão produzidas em Portugal, embarcadas de navio rumo a Manaus e, depois de vencer o Oceano Atlântico, terão de entrar pelo Rio Amazonas para chegar à arena. "É o grande desafio, mas será possível 'casar' o processo de fabricação e de transporte com a cronologia adequada ao cronograma de execução da obra", garante Capobiango.
Ele prevê que no máximo em abril a estrutura estará pronta. "A empresa é a mesma que está construindo a da arena do Grêmio. Com o fim das obras lá, poderão começar a montar a nossa."
XÔ ELEFANTEO coordenador da Copa no Amazonas encara de frente as suspeitas de que a arena pode se transformar num elefante branco. Mas garante que isso não vai ocorrer e explica por quê: "A colocação da arena onde estava o (estádio) Vivaldo Lima guarda um interesse de valorizar uma região da cidade que já é palco de grande eventos", disse.
A arena está num parque que tem ginásio para 15 mil pessoas, o sambódromo manauara e em breve um centro de convenções. "A arena será a âncora desse parque, mas pode ser usada também para shows e convenções." Capobiango admite que o futebol é o carro-chefe, mas reconhece que o futebol amazonense não anda bem das pernas e espera que a arena ajude a reerguê-lo.



Fonte: O Estadão

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