PRA MATAR A SAUDADE: 30 anos da seleção de 82: O triste fim do time que encantou o mundo

O sonho de conquistar o tetracampeonato acabou na tarde de 5 de julho de 1982 em Barcelona. Num jogo intenso e dramático, o Brasil perdeu por 3 a 2 para a Itália e se despediu da Copa do Mundo. A fantástica seleção montada por Telê Santana com craques como Zico, Sócrates, Falcão, Cerezo e Júnior se desfez assim que o árbitro israelense Abraham Klein apitou o final daquela partida. Nunca mais aquele time voltaria a jogar junto, e nunca mais aqueles jogadores brilhariam tanto com a camisa amarela como brilharam naquele Mundial.
O sonho acabou em 5 de julho de 1982 - Alfredo Manente/AE
Alfredo Manente/AE
O sonho acabou em 5 de julho de 1982
Quatro anos depois, com Telê de volta ao comando, o time tinha apenas dois jogadores que haviam sido titulares em 82: Sócrates e Júnior (este jogando no meio de campo). Falcão e Zico estavam no grupo, mas por problemas físicos ficaram no banco. Oscar, que também foi ao México, ficou na reserva de Júlio César.
A derrota transformou Telê em vilão para muita gente. A acusação mais comum: deveria ter feito o time jogar de acordo com o regulamento, sem se expor contra uma equipe que só se classificaria se vencesse.
Uns diziam que ele deveria ter colocado Batista para reforçar a marcação. Mas Batista não teve condição por causa da pancada que levou de Maradona contra a Argentina. Outros reclamavam de ele não ter fechado o time depois que Falcão empatou aos 23 do segundo tempo. A verdade: quando a Itália deu a saída com o placar em 2 a 2 Paulo Isidoro já estava em campo no lugar de Serginho para bloquear o lado direito.
A Itália teve a vantagem psicológica de estar em vantagem quase todo o tempo. Paolo Rossi marcou de cabeça aos cinco minutos do primeiro tempo, Sócrates empatou aos 12 e Rossi marcou de novo aos 25. O relógio correu muito até Falcão fazer o golaço que parecia ser o da classificação, mas seis minutos depois lá estava o implacável Rossi para balançar a rede.
O último gol foi fruto de uma sucessão de erros. Cerezo tentou recuar de cabeça para Valdir Peres e cedeu um escanteio. Na cobrança, a zaga afastou e Orialli pegou a sobra na meia-lua. Bateu de primeira e Rossi, sozinho na pequena área, desviou para o fundo da rede. Faltavam pouco mais de 15 minutos, e o time que parecia imbatível entrou em desespero.
A melhor chance para mudar a história foi no último lance. Falta pela esquerda, entre a lateral e a área. Éder ajeitou e cobrou. A bola viajou e encontrou a cabeça de Oscar, que a golpeou com força e para baixo. Tinha tudo para ser o gol que manteria vivo o sonho. Mas Dino Zoff não deixou. O goleiro italiano deteve a bola em cima da risca e acabou com um time que encantava o mundo inteiro.


Hoje, 30 anos depois, ainda é agradável ver vídeos da seleção de Valdir Peres, Leandro, Oscar, Luizinho, Júnior, Falcão, Cerezo, Sócrates, Zico, Serginho e Éder. Ainda dói lembrar da derrota para a Itália. E, mais do que tudo, bate o desânimo ao ver que o exemplo dado por Telê e aquele time não frutificou no Brasil. O pragmatismo, a correria e o futebol de resultados dão as cartas hoje. Mas aquela seleção é eterna.
Fonte: O ESTADÃO

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