Novo remédio contra câncer obtém bons resultados em 1ª fase de testes

Medicamento bloqueia processo natural de defesa do tumor.
Estudo clínico foi publicado pela revista 'New England Journal of Medicine'.

 Remédios que estimulam a capacidade do sistema de defesa do corpo humano de reconhecer e atacar o câncer passaram com sucesso pela primeira fase de testes e receberam autorização para novas experiências. O tratamento é promissor contra cânceres avançados de pulmão, pele e rins.

 Os resultados dos primeiros testes clínicos foram publicados pela revista médica “New England Journal of Medicine” e apresentados durante o encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica.

O princípio desses medicamentos é bloquear um processo natural da evolução do câncer. Nele, uma proteína chamada PD-L1, que fica na superfície das células cancerosas, se liga a outra proteína, a PD-1, que fica nas células do sistema de defesa do organismo. A ligação funciona como um “escudo” bioquímico que impede a destruição do tumor.
Um dos remédios desenvolvidos bloqueia a PD-1 e o outro impede a ação da PD-L1. Os dois foram testados em estudos separados, desenvolvidos em hospitais dos Estados Unidos.
Os resultados variaram de acordo com o medicamento usado e a doença tratada. A menor resposta positiva foi de 10% – pacientes com câncer de pulmão que usaram o remédio contra a PD-L1 – e a maior foi de 28% – pacientes com melanoma, um tipo de câncer de pele, que usaram o remédio contra a PD-1.
Pode parecer pouco, mas os números são bons, tendo em vista que são casos avançados em que não há muitas opções de tratamento.

Novo remédio contra tipo grave de câncer de pele é aprovado no Brasil

Vemurafenibe é indicado para os casos de melanoma avançado.
Medicamento serve para cerca de 50% dos casos da doença.

Um novo tratamento contra o melanoma avançado foi aprovado no fim de 2011 e agora está disponível para os pacientes brasileiros. O remédio se apresenta como uma alternativa à quimioterapia e, nos testes, teve resultados até melhores do que o tradicional método de combate ao câncer.


O melanoma é um tipo de tumor que se forma na pele. Nos casos mais avançados, chega ao ponto da metástase, quando o câncer se espalha por outros órgãos.
O medicamento que acaba de chegar se chama vemurafenibe, e seu nome comercial é Zelboraf. Antonio Buzaid, chefe-geral do Centro de Oncologia do Hospital São José, em São Paulo, explicou que o remédio faz parte da “família da terapia alvo”. “Ele ataca alvos específicos da célula cancerosa”, apontou o médico.
O alvo em questão é uma proteína ligada ao processo de disseminação do tumor no corpo. Em cerca de 50% dos casos de melanoma avançado, é uma mutação genética que causa a doença.
O vemurafenibe só funciona nesses casos, e existe um teste capaz de mostrar se cada paciente tem ou não a mutação, que deve ser feito antes do tratamento. O teste e o medicamento em si foram aprovados recentemente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Em comparação com a quimioterapia, o remédio é mais eficiente. Os testes feitos até agora mostraram que 48,4% dos pacientes responderam ao tratamento com vemurafenibe, enquanto apenas 5,5% apresentam melhora com a quimioterapia.
O tempo médio de sobrevida sem nenhuma piora foi de 5,3 meses; na quimioterapia, esse tempo é de 1,6 mês. O risco de morte registrado no estudo foi 63% menor entre os pacientes tratados com o remédio.
“Pode não curar, mas claramente beneficia pacientes com melanoma metastático”, disse Buzaid. Por enquanto, o tratamento só é aprovado para os casos mais avançados, e novos estudos mostrarão se ela pode ser usada também antes que o tumor se alastre. Segundo o médico, os tratamentos de câncer geralmente começam a ser testados nas fases mais agudas da doença.

Fonte: G1

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