O que acontece com o futebol de Santarém?
(Foto: DOL)
Primeiro de novembro de 2009. Em
uma tarde de domingo, o futebol de Santarém, Oeste paraense, vivia o
seu ápice, com o São Raimundo vencendo o Macaé por 2 a 1 em um estádio
Jader Fontenelle Barbalho, o Barbalhão, lotado com mais de 15 mil
pessoas. Ali o Pantera Negro se sagrava o primeiro campeão do Campeonato
Brasileiro da Série D. Mas a conquista parece não ter servido de
estímulo para os dirigentes santarenos.
A campanha na Série D foi sofrida. O São
Raimundo vivia problemas estruturais ao longo da competição. Problemas
financeiros e as trocas excessivas de treinadores quase atrapalham a
conquista do primeiro título nacional. Com o apoio da torcida, se
esperava que 2010 fosse ser um ano melhor para o alvinegro. Seria. Isso
porque o time não se estruturou como podia, “inventou” uma pré-temporada
no Rio de Janeiro, ficou na sexta colocação do Parazão e voltou para a
Série D. Atualmente é o vice-lanterna da competição local.
O São Francisco, mais conhecido como o
Leão santareno, voltava ao cenário do Campeonato Paraense após 11 anos.
Era mais um clube do interior chegando à elite do Estadual. Abnegados se
uniram para trazer de volta uma das equipes mais tradicionais do
futebol do Pará. Todavia, no primeiro turno do Campeonato Paraense da
atual temporada, a equipe ficou, apenas, na sexta posição.
O que aconteceu com os dois maiores
times que Santarém, que não conseguem vôos maiores e não mostram a
regularidade de equipes como Águia de Marabá e Cametá, por exemplo? Na
realidade, os problemas extrapolam as questões do futebol jogado dentro
das quatro linhas. Já faz algum tempo que, infelizmente para o torcedor,
o futebol paraense vive um momento de crise, capitaneado por dirigentes
que pensam com o coração ou emoção, não com a razão.
Para azar da torcida, que sempre lota os
estádios seja qual for a competição, nossos clubes perdem, quase que
consecutivamente, não para outras equipes, mas para eles mesmos.
Vaidades internam atrapalham o pleno desenvolvimento dos jogadores nas
quatro linhas. E isso acontece no futebol santareno.
Ou se não, como explicar o tumulto e
confusão na sede do São Raimundo no início do ano, quando o local foi
arrombado? Dois grupos brigavam pelo poder no clube. E quando dirigentes
de mesma camisa não se entendem, a tendência é que os problemas só se
prolonguem. Não há mais espaços para amadorismo no futebol.
No São Francisco, não é muito diferente.
Osvaldo Monte Alegre não é mais técnico do clube. Segundo ele, entregou
o cargo por motivos pessoais. Porém, informações da imprensa santarena
atestam que problemas entre a comissão técnica e parte do plantel foram
os reais motivos que ocasionaram a mudança no comando.
Enquanto isso, o torcedor de São
Francisco e São Raimundo – que apresenta boa média de público no Parazão
-, espera por dias e momentos melhores. O futebol santareno pode e
merece crescer muito mais. Já diz o ditado que a união faz a força. Que
assim seja. Que os dirigentes possam se unir com o objetivo único de
levar Leão e Pantera aos caminhos de glórias e conquistas. (Gustavo
Pêna, DOL)
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