A outra extremidade da rua principal de Belterra vai ficando igual às avenidas
de qualquer cidade pequena do Brasil. Somem as flores, vem a desordem.
A seguir, um pouco da história de Belterra
(Fonte: IBGE)
Com a expansão do comércio da borracha, por volta de 1840,
iniciou-se uma nova fase de ocupação da Amazônia. Por causa da grande procura
pelas seringueiras, quase toda a região foi explorada. A origem do município de
Belterra está intimamente ligada a essa época.
O milionário Henry Ford queria transformar seus sonhos em
realidade. O objetivo do dono da Companhia Ford, líder na indústria
automobilística nos Estados Unidos, era implantar um cultivo racional de
seringueiras na Amazônia, transformando-a na maior produtora de borracha
natural do mundo.
Nascia, então, a Fordlândia, localizada entre os
municípios de Itaituba e Aveiro, que tinha cerca de um milhão de hectares de
terras que o governo brasileiro teria cedido à Ford. A vila teria toda a
infraestrutura de uma cidade moderna made in EUA. Mas, o sonho não aconteceu,
pois a Fordlândia não era uma área propícia para ser base de implantação do
projeto. Por isso, técnicos da Holanda e EUA iniciaram intensas investigações
para encontrar uma área que fosse ideal para o projeto da Companhia Ford.
A descoberta era perfeita: uma planície elevada às margens
do Rio Tapajós, coberta por
densa floresta. A essa área Ford chamou de 'Bela Terra',
que depois passou a ser chamada de 'Belterra'. A partir daí, o projeto começava
a se tornar realidade, e Belterra ficou conhecida como "a cidade americana
no coração da Amazônia".
O projeto teve início e uma estrutura nunca antes montada
em toda a região foi dando vida à futura cidade-modelo. Hospitais, escolas,
casas ao estilo americano, mercearias, portos próximos à praia foram
construídos para abrigar as famílias de todos os empregados que estavam
trabalhando no projeto. Grande parte dos trabalhadores braçais vinha do sertão
nordestino, fugindo da seca, e encontravam no projeto de Henry Ford a salvação.
Em cinco anos, o projeto ganhou dimensões incomuns para a
região naquela época: campos de atletismo, lojas, prédios de recreação, clube
de sinuca, cinema. De 1938 a 1940, Belterra viveu o seu período áureo e foi
considerado o maior produtor individual de seringa do mundo. No entanto, o final
da 2ª Guerra Mundial, a morte do filho de Henry Ford, a grande incidência de
doenças nos seringais e, principalmente, a descoberta da borracha sintética na
Malásia foram fulminantes para a decadência do projeto em Belterra. A partir
daí, a área foi negociada para o Brasil e a Companhia
Ford abandonou o sonho.
Durante 39 anos, Belterra foi esquecida e a "cidade
americana" foi transformada, entre outras denominações, em Estabelecimento
Rural do Tapajós (ERT), ficando sob jurisdição do Ministério da Agricultura. Em
1997, os moradores de Belterra conseguiram a emancipação do município.
Formação administrativa
Distrito criado com a denominação de Belterra
(ex-povoado), pela lei estadual nº 62, de 31-12-1947, desmembrado de do
distrito de Alter do Chão, subordinado ao município de Santarém. No quadro
fixado para vigorar no período de 1944-1948, o distrito de Belterra permanece
no município de Santarém. Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o
distrito de Belterra permanece no município de Santarém. Assim permanecendo em
divisão territorial datada de 1-VI-1995. Elevado à categoria de município com a
denominação de Belterra, pela lei estadual nº 5928, de 1997.
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