Abaré, projeto premiado

De Caetano Scannavino Filho, da ONG Projeto Saúde & Alegria, em resposta ao post O caso do barco Abaré:
Salve Mestre Manuel Dutra,
Faço das suas palavras, as minhas. Se fossemos incluir qualidade de vida, igualdade social, sustentabilidade ambiental, entre outras variáveis, na medição da riqueza de um país, o Brasil certamente não ocuparia a sexta posição. Quando só enxergamos o PIB, muitas coisas ficam escondidas. Se olharmos a Amazônia, então, só tiram coisas daqui e nada volta.
Mas o que vem ao caso agora é justamente a continuidade dos serviços assistenciais junto aos ribeirinhos do Tapajós, um direito deles. Esse é o ponto chave e sabemos que no curto prazo não existe uma embarcação substituta, por mais que a Terre Des Hommes insista em justificar sua decisão em função do segundo barco – Abaré II – repassado a prefeitura e dos recursos federais disponibilizados a ela para as operações via Portaria 2.191, dando a entender sua missão como cumprida (embora sabedores que o Abaré II foi desde sempre projetado para o Arapiuns).
Podemos entender as dificuldades financeiras decorrentes da crise européia, assim como reconhecemos o apoio determinante da TDH ao longo dos anos, que culminou num projeto resoluto, premiado, referência no país e fora dele.
Nossa critica é quanto a forma com que eles procederam o final de um ciclo até então bem sucedido, conforme já relatei em nota publicada neste mesmo blog.
Crises existem, dificuldades existem – temos que compreender e respeitar – mas muitas coisas poderiam ter sido evitadas se houvesse mais bom senso ao menos para um aviso prévio realista e factível (mesmo que a expectativa desde o início da parceria fosse pela doação do Abaré à região).

O barco é um meio e não o fim – que é a saúde dos ribeirinhos. Portanto, estar atento as consequências da saída do Abaré e ser partícipe juntamente com os demais parceiros na busca de uma solução que evitasse a interrupção dos serviços assistenciais e um processo de transição menos traumático seria um procedimento mais adequado. Até o momento, continuamos sem ter sido informados do destino do Abaré.
Agradeço suas palavras, como sempre o fiz, Mestre Manuel, mas esse é o ponto.
De qualquer forma, pela importante cooperação da Terre Des Hommes a nossa região, é prudente que se dê um voto de confiança à eles, cujo presidente do seu Conselho Mundial solicitou um prazo para avaliar melhor o caso e temos uma conversa marcada para o final da outra semana. Espero que resgatem o bom senso e continuo acreditando em uma solução negociada.
 Fonte: Blog do Jeso

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Falso dentista é preso em Santarém

DESPERDIÇO DE DINHEIRO PÚBLICO EM ITAITUBA.