Presidente diz ser ciente do que ocorre na Curuzu

Depois de tantos problemas acarretados desde a saída do técnico Edson Gaúcho, as indefinições na tabela do Campeonato Brasileiro da Série C e sobretudo o atraso nos salários dos jogadores, a poeira parece ainda não ter baixado na Curuzu. A insatisfação de alguns atletas com o débito do clube fez com que um clima tenso dominasse as dependências do estádio bicolor durante a última semana, justamente quando o presidente do clube, Luiz Omar Pinheiro, esteve ausente.

Em entrevista concedida ao Bola, na última sexta-feira (28), por telefone, o mandatário do Papão, que estava em Macapá (AP), viajando a trabalho, conta que ainda mantém todas as apostas no acesso à Segundona. Omar, que saiu em defesa dos jogadores na época da saída do ex-treinador, também garantiu ter controle do que ocorre nos bastidores e também adiantou que amanhã terá uma reunião com o grupo, quando irá apresentar aos bicolores uma nova filosofia, segundo ele próprio.Confira:

BOLA: Durante a última semana alguns jogadores reclamaram de salários atrasados e se negaram a falar com a imprensa. Há um clima de insatisfação por parte do grupo, principalmente daqueles que estão há mais tempo sem receber. Por conta disso, até o assessor de imprensa do clube se irritou com os jogadores que não quiseram dar entrevistas, algo que, somado à situação do time na tabela da Série C, demonstra um clima tenso nos bastidores. A diretoria tem controle total da situação?

LOP: A situação está sob controle. É só resolver tudo na base da conversa. Tem clube por aí com quatro meses de salários atrasados e nem por isso acontece esse tipo de coisa. E aqui alguns jogadores estão só com o mês de setembro em aberto porque outubro ainda nem venceu. Outros estão com dois meses. Então, isso não é desculpa para essa confusão toda. E mais: eles também são culpados porque perderam dois jogos seguidos para o CRB e o futebol é movido pela emoção. Então, se tivéssemos pelo menos empatado fora de casa, o público seria muito maior do que foi aqui no jogo da volta. Eu sei que o ideal seria estar em dia, mas eles têm uma estrutura muito boa para trabalhar e eu estou me esforçando muito para deixar a folha do clube em dia ainda no começo desta semana.

BOLA: Além de quitar a dívida com o grupo, o que mais o presidente pretende fazer para contornar os problemas?

LOP: Eu estou em Macapá, volto a Belém domingo (hoje). Vou ter uma longa conversa com o grupo na segunda-feira (amanhã). Retorno com uma ideia formada na cabeça, mas eu não vou revelar nada agora. Antes de vir para cá eu passei quase um mês em Belém acompanhando o time diariamente nos treinos, a pedido dos próprios jogadores, mas toda vez que eu me afasto da Curuzu esses problemas acontecem. Eu não posso ficar o tempo todo na cidade, sou um trabalhador autônomo, eu que faço o meu próprio salário. Estou correndo atrás de recursos para ajudar a mim e ao clube.



BOLA: O senhor admite que exista uma crise interna no clube?

LOP: Crise interna não. Não ainda. Veja bem, a situação é parecida a uma briga de marido e mulher. Quando começa a faltar dinheiro em casa a mulher reclama com o marido, não é mesmo? Mas eu só acho que eles devem ficar tranquilos quanto a isso. Estou na presidência do Paysandu há quatro anos e nunca nenhum jogador saiu daqui sem receber nada.



BOLA: O senhor é alvo de muitas críticas por parte da torcida e da própria imprensa. Algumas pessoas dizem que o senhor tem boas intenções, mas é muito mal assessorado...



LOP: Olha, essa conversa é muito velha. Eu escuto isso desde que eu assumi o clube. Que tipo de assessoramento estão falando? Só se eu for mudar todo mundo lá dentro da Curuzu. Aliás, no ano passado, depois do jogo com o Salgueiro, houve uma alteração no departamento de futebol, com a saída do (Antônio Cláudio) Louro e a contratação de um agente com cargo remunerado, mas na prática não mudou muita coisa. Agora, eu também não posso colocar a culpa nos outros, eu também tenho as minhas responsabilidades e quero que as minhas culpas sejam apontadas. É claro que é muito mais fácil pegar um microfone ou uma caneta e falar mal do clube, mas eu não posso fazer mais de tudo isso que eu já faço. Já estou extrapolando todas as minhas forças.

BOLA: A diretoria contratou Edson Gaúcho com o objetivo de que fosse executado um trabalho mais extenso, visando à Série B do ano que vem. O técnico foi demitido e Andrade foi contratado, em meio a uma série de problemas ocorridos no mesmo período. Para piorar, a Confederação Brasileira de Futebol paralisou a Série C por uma semana. Depois de todos estes problemas ficou muito difícil prever e/ou planejar a temporada 2012?

LOP: Agora eu já nem posso mais planejar 2012, ficou tudo muito mais complicado. Eu só posso adiantar que há um planejamento pronto, mas com tudo voltado para o Paysandu na Série B porque é essa a grande aposta e objetivo de todos no clube.



BOLA: O senhor garante que o Paysandu vai conseguir o acesso à Série B ainda este ano?

LOP: Vai, vai subir com certeza! Palavra de Luiz Omar Pinheiro. Custe o que custar, o Paysandu vai subir este ano. (Diário do Pará)

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