Estado do Tapapajós: um porto e uma ferrovia são muito pouco

Sobre a matéria publicada aqui ontem, segue comentário de Marcel Hazeu:

O diálogo e o debate sobre a criação de novos estados são importantes!

A defesa da criação do Estado do Tapajós precisa mesmo de propostas que nos indiquem uma ruptura com as violentas e concentradoras tendências de "desenvolvimento" que caracterizam a história de toda a região.

Um porto e uma ferrovia para facilitar e ampliar os processos de exportação e comercialização (inter)nacional favorecem e empregam poucos, fortalecendo pequenos grupos econômicos e políticos (provavelmente de fora da região) e provocam danos sociais e ambientais graves. Não me parece parte de uma nova proposta.

Pode-se esperar de um movimento inovador coragem de escolher outros caminhos possíveis. Fortalecer a agricultura familiar, os extrativistas, os quilombolas, as reservas de pesca etc.

Até elaborar ideias sobre o potencial e as possibilidades da reserva garimpeira de Itaituba, outras relações com os grandes projetos em Trombetas e Juruti, limites para as fazendas de soja, um setor madeireiro sustentável...

Se uma coisa a história do Pará tem mostrado é que seu modelo de desenvolvimento tem levado a muita pobreza, deslocamentos forçados, perda de sustentabilidade social e ambiental e concentração de riqueza e poder. Novos estados poderiam se propor a fazer diferente e não querer acelerar este processo. Caso contrário, parece que a "briga" é entre elites que visam ao mesmo projeto, disputando quem fica no comando e com os benefícios.

Como frisa Manuel Dutra, a participação de novas e iluminadas lideranças e de todos os grupos que vivem na região é essencial.
Fonte: Manuel Dutra

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