O entorno do Rio Tapajós, oeste do Pará, é a nova fronteira do ouro no país

O entorno do Rio Tapajós, oeste do Pará, é apontado como nova fronteira do ouro no país. Não à toa, a região recebeu 2 mil autorizações para a instalação de lavras de garimpo em 2010.
O número alto, contudo, não significa possibilidade de ganhos rápidos aos garimpeiros como ocorria em Serra Pelada nos anos 1980.
"No Tapajós, a mineração é mais complexa por causa da geologia. Isso exige ajuste tecnológico", diz o geólogo Departamento Nacional de Pesquisa Mineral (DNPM), Mathias Heider.
Segundo ele, tecnologia não é o forte do garimpo e essa deficiência abre espaço para a indústria mineral.
A canadense EldoradoGold é a primeira a chegar em Tapajós. A mineradora vai explorar Tocantinzinho - mina localizada no município de Itaituba -, comprada por US$ 120 milhões da Brazauro Resources no ano passado.
"O investimento na implantação da mina será de US$ 383,5 milhões", afirma Lincoln Silva, presidente da Unamgen Mineração e Metalurgia, subsidiária da EldoradoGold no Brasil. O valor da negociação poderá chegar a US$ 468,7 milhões, adicionando o capital de giro inicial (US$ 20,55 milhões) e o investimento na compensação ambiental do projeto (US$ 64,6 milhões).
"Estamos com o licenciamento ambiental bastante adiantado. Esperamos iniciar a implantação no terceiro trimestre de 2012", diz Silva.
Tocantinzinho é uma mina aberta e isso facilita a meta da EldoradoGold de produzir anualmente 159 mil onças troy de 31,1 gramas.
A empresa vai processar 4,4 milhões de toneladas de minério por ano para extrair 1,25 gramas a cada mil quilos de rocha triturada.
A recuperação estimada no processo é de 90,1% do ouro contido por tonelada. Para esse processo de retirada do ouro, US$ 81 milhões serão destinados à infraestrutura, incluindo pavimentação de 100 quilômetros de estrada para escoar a produção.
O abastecimento de energia será feito por meio de rede própria de transmissão com 200 quilômetros, pela qual passarão 25 megawatts necessários para operar a mina nos 11 anos de duração do projeto.
A estimativa é produzir 1,78 milhão de onças entre 2014 e 2025, com custo operacional de US$ 559 a cada 31,1 gramas. A expectativa é vender a onça por US$ 1,25 mil. "Até US$ 1 mil, há viabilidade. Mas US$ 1,5 mil seria ótimo", diz Silva.
Para Alexandre Rangel, analista da Ernest & Young Terco, o ouro deve sofrer leve queda junto com outras commodities. "Mas acho difícil voltar a um patamar muito abaixo do atual."
A EldoradoGold operou a mina São Bento em Santa Bárbara (MG), de 1996 a 2008, quando repassou a reserva para a sulafricana AngloGold Ashanti por US$ 70 milhões.
A venda se deveu à profundidade atingida em São Bento. A AngloGold é especialista em minas subterrâneas e pretende destinar à reserva parte de US$ 1,14 bilhão de aportes previstos entre 2012-2016.
Fonte: Brasil Econômico

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