Advogado pretende contratar superperitos para livrar Bruno


Defesa, que entrará com pedido de habeas corpus hoje, sustenta que polícia ainda não tem provas técnicas do envolvimento do atleta

Contagem (Minas Gerais) - O advogado Ércio Quaresma, que defende o goleiro Bruno Souza e outros cinco envolvidos no desaparecimento de Eliza Samudio, vai entrar com pedido de habeas corpus hoje. Para ele, não há necessidade da prisão temporária de Bruno e não existem provas contundentes de participação do atleta no crime. Para elaborar uma ‘perícia paralela’ do caso e montar a defesa, Quaresma pretende contratar os trabalhos dos peritos criminais George Sanghinetti ou Fortunato Badan Palhares. Sanghinetti já foi contratado para fazer laudos na morte do tesoureiro Paulo Cesar Farias, em 1995, e da menina Isabela Nardoni, dois anos atrás.


O advogado contesta dois pontos levantados pela investigação da polícia mineira: o depoimento do adolescente J., 17 anos, primo de Bruno, e a ausência de sangue na casa onde Eliza teria sido asfixiada até a morte. “O menor fala que deram um pedaço do corpo da vítima para os cachorros comerem. Desde quando carne humana faz parte da dieta alimentar de um rottweiler?”, pergunta. “Sou amigo do Neném (Marcos Aparecido dos Santos, acusado de matar a estudante e esconder o corpo). Ele trabalha com treinamento de animais. Você pode colocar um filé mignon na frente de um cão treinado que ele não come”, afirma. Os quatro rottweilers adultos e seis filhotes do sítio foram levados para o Centro de Controle de Zoonoses de Belo Horizonte. A polícia chegou a examinar as fezes dos animais, mas não coletou indícios de que eles tivessem carne humana no organismo.



Fome e condicionamento

Veterinário e especialista em comportamento animal, José Vinícius Rodrigues Lopes explica que, para que os animais comessem carne humana, teriam que viver em situação extrema. “Teriam que estar com fome há muito tempo. Seria preciso também que estivessem condicionados a consumir carne crua. Além disso, o assassino teria que cortar partes bem pequenas”, afirma.

Segundo o veterinário, os cães não teriam condições de ingerir quantidade tão grande de carne. Eliza tinha aproximadamente 1,65 de altura e peso em torno de 55 quilos. “Dependendo do tamanho do cachorro, ele pode ingerir de 400 gramas a 1,5 kg por dia. Se um corpo com essas medidas fosse atirado à matilha, os cães levariam alguns dias para terminar e, ainda assim, deixariam vestígios de sangue e sobras porque, com o passar do tempo, a carne deixaria de ser atrativa para eles pela deterioração”, explicou. “Não é possível um cão comer carne humana. Há casos em que os animais matam, mas por instinto”.



O DIA NOTICIA O CASO COM EXCLUSIVIDADE

Eliza está desaparecida desde o dia 4 de junho, quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano passado, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a teria agredido para que ela tomasse remédios abortivos para interromper a gravidez. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para provar a suposta paternidade de Bruno.



No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas dizendo que Eliza teria sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Durante a investigação, testemunhas confirmaram à polícia que viram Eliza, o filho e Bruno na propriedade. Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a informação de que o bebê apontado como filho do atleta, de 4 meses, estaria lá.



A atual mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade. No entanto, durante o depoimento dos funcionários do sítio, um dos amigos de Bruno afirmou que ela havia entregado o menino na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi

encontrado. Por ter mentido à polícia, Dayanne Souza foi presa, mas logo conseguiu a liberdade. Na manhã do dia 7 de julho, ela foi detida dentro de casa, em Belo Horizonte, Minas Gerais.



O bebê foi entregue ao avô materno. O goleiro do Flamengo e a mulher negam as acusações de que estariam envolvidos no desaparecimento de Eliza e alegam que ela abandonou a criança.
Fonte: O Dia

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