Na tentativa de virar time médio, adversário do Vasco faz sacrifício diário

Com estádio em construção e sem CT, ASA de Arapiraca viaja até 160 quilômetros de ônibus em um dia para poder treinar

Zagueiro do Fluminense na década de 80, Vica está no comando do ASA há quase dois anos

O ASA de Arapiraca conseguiu seu lugar no folclore do futebol nacional depois de eliminar o Palmeiras de Vanderlei Luxemburgo na Copa do Brasil de 2002. Oito anos depois, tenta ser mais do que uma zebra histórica e se tornar um clube médio, segundo definição do próprio treinador. O projeto do adversário do Vasco, entretanto, requer alguns sacrifícios.



Sem local para treinar, já que o estádio Fumerão está em obras para a inédita disputa da Série B do Brasileirão, o time precisa encarar a estrada e ir para São Sebastião ou Junqueiro, municípios vizinhos. No caso de um dia de treinamento em dois períodos, é necessário percorrer até 160 quilômetros - ou quase quatro horas de viagem.

- Não dá nem tempo de descansar. É muito cansativo, mas o ASA está passando por uma fase de transformação em time médio, e os jogadores entendem isso, pois sabem que fazem parte desse trabalho - afirmou o técnico Vica, ex-zagueiro do Fluminense.



Na época de jogador, Vica cansou de enfrentar o Vasco na década de 80. No confronto mais marcante, no entanto, ele não entrou em campo: era reserva de Duílio e Ricardo Gomes na final do Brasileiro de 1984, vencida pelo Flu. Frente a frente novamente com os vascaínos (às 15h30m desta quarta-feira), ele quer tirar proveito do momento conturbado do adversário.



- Os jogadores reagem de maneiras diferentes quando estão pressionados. Alguns se sentem motivados para inverter a situação. Mas podemos tirar proveito da instabilidade e do excesso de cobrança em cima de um ou outro. Sabemos que, se acontecer uma vitória do ASA, eles serão ainda mais cobrados. O torcedor não admite derrota, e contra time pequeno, então, nem se fala.



Ao mesmo tempo em que procura explorar a pressão sobre o Vasco, Vica tenta tirá-la dos ombros dos seus jogadores. Evita usar expressões como "jogo da vida" e diz que a preocupação do ASA deve ser com o Campeonato Alagoano e com a Série B. Na Copa do Brasil, o que vier é lucro - assim como em 2002.

Estádio Fumerão está em obras para poder receber partidas da Série B do Brasileirão

Desde aquele histórico jogo no Palestra Itália, o ASA conquistou três títulos alagoanos, tornando-se o principal time do estado na década. Um deles foi no ano passado, quando também conseguiu o maior feito da sua história, ao subir para a Segunda Divisão do Nacional.



- Esse acesso foi um feito que surpreendeu até nossos dirigentes e hoje é muito mais importante do que a partida contra o Palmeiras. Ela ainda é lembrada pelo povo de Arapiraca, mas não vou usá-la para motivar meus jogadores. Já ficou para trás. O ASA vem em evolução nos últimos anos e isso pode nos dar força para superar o Vasco - disse Vica, que também já trabalhou em clubes de Goiás, São Paulo, Paraná, Amazonas e Mato Grosso.
Fonte: G1

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