São Raimundo quer repetir triunfo no Rio

O técnico do São Raimundo, Flávio Barros, tem apenas 44 anos. Para a média de idade dos treinadores brasileiros, ainda tem muito o que percorrer. Porém, experiência é o que não falta para o comandante, que vai tentando passar sua filosofia aos atletas da Pantera Mocoronga. Em entrevista ao Bola, Flávio avalia que o Mundico ainda crescerá bastante no Parazão, pois tem grupo forte para isso. Deixou claro, ainda, que a vitória histórica por 1 a 0 em cima do Botafogo (RJ), pela Copa do Brasil, foi importante, mas que “muita água ainda irá passar por essa ponte”...

Bola: Você ainda não tem nem um mês à frente do São Raimundo, mas dirigiu o clube em três jogos. Dá para fazer algum tipo de avaliação desse grupo?

Flávio Barros: Eu já conhecia boa parte desse grupo, pois enfrentei quando estava no Cristal (AP), na Série D. Cheguei em uma sexta-feira e logo treinei o time no sábado. Empatamos. Depois de uma boa conversa fomos a Tucuruí. A postura melhorou, mas levamos o gol de empate aos 46 minutos. Com mais tempo de trabalho, vencemos do Botafogo (RJ). Estou fazendo com que os jogadores assistam o futebol europeu, que marca forte sem a bola e sai quando está com ela. Estamos no caminho certo.

Bola: E a torcida? Ver o Barbalhão lotado lhe contagiou?

Flávio Barros: Sempre soube que o torcedor do São Raimundo comparece em campo. O carinho é sempre importante. Eu conhecia essa torcida e sei o quanto ela faz diferença. Quando o jogador entra em campo, vê essa massa, ele tem vibração. É natural do ser humano se superar quando tem alguém do lado, apoiando, e esse é o papel do nosso torcedor.

Bola: O técnico do Botafogo, Joel Santana, falou que o Labilá foi o grande responsável pela vitória do São Raimundo. Foi isso mesmo?

Flávio Barros: Não. Cada jogador tem sua parcela de contribuição. Mesmo pela baixa estatura, o Labilá é um grande goleiro e nos ajudou quando foi preciso, porém não foi só ele. A compactação entre os setores foi boa. A zaga, por exemplo, não deu espaços para as jogadas aéreas visando o “El Loco” Abreu. O Lúcio Flávio foi bem marcado pelo meio-campo. Enfim, todo mundo jogou bem.

Bola: No seu ataque costuma jogar um atacante de área e um velocista, que joga pelas pontas. Hallace e Déo Curuçá são rápidos. Porém, Maxi Jari já mostrou a que veio, e Branco brilhou no futebol de Manaus e marcou o gol no Glorioso? Ter que optar por Branco e Jari te dá uma dor de cabeça?

Flávio Barros: Sem dúvida. Porém, ambos se respeitam. Eu já conversei com o Branco. A qualidade desse atleta é incontestável. Porém, ele ainda não está condicionado fisicamente, assim como o Maxi Jari, e gosto de jogadores para os 90 minutos. Tenho quatro excelentes atacantes, mas precisamos de mais um, pois temos um time muito baixo. Já estamos correndo atrás desse profissional e de mais um meia.

Bola: A partir de agora começa a arrancada do São Raimundo no Campeonato Paraense?

Flávio Barros: Espero que sim. O grupo está focado. Falei que a Copa do Brasil foi a primeira página, um passado. Temos que olhar para o Ananindeua, que jogamos na quarta-feira (16). Estamos na lanterna, mas isso não pode ser sentido mais pelos jogadores, pois temos um grupo de qualidade que a cada partida só tende a crescer.

Bola: Vencer o Botafogo foi uma das suas maiores conquistas no futebol?

Flávio Barros: Não. Foi um jogo normal como qualquer outro. Até pelos títulos que tenho e por ter enfrentado outras equipes à nível nacional, era mais uma partida. Sempre é gostoso ganhar de equipes grandes, mas pra mim foi um efeito normal.

Bola: O oba-oba é grande pelo 1 a 0 frente ao Fogo. O resultado, para o São Raimundo, foi histórico. Isso é o suficiente ou tem mais pela frente?

Flávio Barros: A Copa do Brasil é uma competição curta, onde as equipes menores se superam das grandes pelo condicionamento físico, já que no Sul eles costumam desarrumar os times e começar o trabalho tarde. O São Raimundo se difere pela raça, empolgação, união e vibração. Sabemos que estamos na Série C, mas temos mais objetivos a alcançar. Com todo respeito ao Botafogo, mas vamos trabalhar para conseguir a passagem à próxima fase da competição. (Diário do Pará)

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