UFRJ inaugura laboratório para criar linhagens de células-tronco

Equipamentos no valor de R$ 4 mi produzirão material para 70 instituições.
Entre desafios científicos a superar está risco de tumores nos pacientes.
Foi inaugurado nesta segunda-feira (30) no Rio de Janeiro o primeiro laboratório do Brasil voltado exclusivamente para estudos com células-tronco embrionárias, um dos mais modernos do mundo. O complexo fica na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Foram investidos R$ 4 milhões em equipamentos que vão produzir bilhões de células-tronco, com capacidade para abastecer uma rede de até 70 laboratórios e hospitais do país.
“O Brasil está muito bem posicionado porque se adiantou, foi possível elaborar uma lei favorável ao uso de células-tronco embrionárias humanas (...) então nós estamos muito bem posicionados internacionalmente”, avalia Roberto Lent, diretor do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ.
Serão criados dois tipos de células-tronco. As embrionárias são produzidas a partir de embriões humanos congelados entre cinco e sete dias após a fertilização in vitro (embriões que seriam descartados nas clínicas de reprodução).

O material pode ser usado, por exemplo, nas pequisas para o tratamento de Parkinson. Cientistas tentarão criar células de neurônios testadas em camundongos doentes. Mas ainda não há prazo para a aplicação em seres humanos.

Já as células-tronco de pluripotência induzida (iPS) são feitas a partir de uma amostra da pele do próprio paciente. As células recebem um material genético de embriões humanos, “mudam de comportamento” e passam a gerar células de todos os tipos, para qualquer órgão do corpo.

Pesquisadores de vários paises que hoje trabalham com células-tronco encontram hoje problemas, como a contaminação das células por bactérias, além das possibilidades de rejeição e do surgimento de tumores nos pacientes. Estes são também os desafios dos cientistas brasileiros no novo laboratório.

“Nós temos as melhores condições de trabalho e os melhores equipamentos para se produzir essas células nas condições que se espera para o desenvolvimento dessa área visando à aplicação em humanos, quando essa aplicação se mostrar de fato viável a partir de estudos que estão sendo desenvolvidos no Brasil e no mundo”, diz Stevens Rehen, pesquisador coordenador do laboratório.

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