CEARÁ VOLTA VOLTA A ELITE DO FUTEBOL

Nove anos em um. Depois de quase uma década de desvantagem em relação ao Fortaleza em campeonatos estaduais, o Ceará ressurgiu nesta temporada para voltar ao grupo de elite do Campeonato Brasileiro e deixar o rival, mesmo atual tricampeão cearense, duas divisões nacionais abaixo.

A reestruturação do departamento de futebol começou em março de 2008. Evandro Leitão assumiu a presidência do clube e, desde então, comprometeu-se com um plano de inicialmente duas metas básicas. Ele iria pacificar os conturbados bastidores políticos e solidificar o programa de sócio-torcedores.

Esse ideal, por algum tempo, não foi tangível ao campo de jogo. Os resultados apareceram somente no segundo semestre deste ano, quando o clube já estava equacionado política e economicamente - os atletas garantiam à imprensa o fim dos salários atrasados e recomendavam o clube a outros colegas.

A diretoria se mantinha cuidadosa por um lado, mas com ousadia calculada vez ou outra. Ciente de que poderia cortar o mal quando quisesse, como fez na aposta errada com o problemático atacante Ciel. Como não precisou fazer em caso parecido, ao buscar o ídolo Mota com apoio financeiro da torcida.

Enquanto isso, a adesão ao programa "Sou mais Ceará" crescia em ritmo acelerado. O quadro passou de 1.500 sócio-torcedores, em março do ano passado, para os mais de 10 mil atuais (aumento de cerca de 670%). Fruto de um crescimento em cadeia também por conta da recuperação do time em 2009.

Depois de um fraco começo de ano, a equipe alvinegra foi reagir tarde - mas nem tanto - na Série B do Campeonato Brasileiro. Entre os dez clubes com mais sócio-torcedores do país, o Ceará desandou a bater recordes de público no Castelão durante a competição e a quebrar previsões nas quatro linhas.

Mais do que conquistado o acesso à primeira divisão, o Ceará vê o último ano da década como transição, sem maiores responsabilidades que não a de desbancar o Fortaleza no Estadual e se manter entre os 20 principais clubes do Brasil. Tudo para garantir, em 2014, a comemoração de um século ganho.

De vacilante a rei do Castelão

No meio tempo entre vencer o primeiro turno estadual e deixar escapar o segundo, o técnico Zé Teodoro foi demitido - assumindo o interino Ruy Scarpino - e recontratado. A perda do título para o Fortaleza na decisão, com uma derrota e um empate, confirmou o rendimento do rival como principal vencedor cearense da década, com sete das nove taças estaduais disputadas.

Não bastasse ter perdido o título para o maior rival, o Ceará já acumulava na temporada a eliminação precoce para o Central-PE na Copa do Brasil. Restava somente a disputa da Série B do Campeonato Brasileiro, competição em que a equipe alvinegra não vencia na condição de visitante desde 2007.

O início na segunda divisão também foi vacilante. Duas rodadas passadas, o Ceará somava o ponto conquistado na estreia e já estava sem técnico, pois Zé Teodoro havia deixado o clube para dirigir o Juventude. O elenco ainda recebia contratações, e Paulo César Gusmão foi contratado na quarta rodada.

Com o novo treinador à beira do gramado, o time aproveitou-se de três jogos consecutivos no Castelão, a partir da sétima rodada, para chegar às primeiras vitórias e começar uma arrancada invicta. Depois de derrubar São Caetano e Campinense, o estádio foi palco também de um empate com o rival Fortaleza.

O último sucesso na era da invencibilidade foi na 16ª rodada, quando a equipe venceu o Atlético-GO e entrou pela primeira vez no grupo dos quatro primeiros colocados, para não sair mais. Um revés para o Guarani em seguida não abalou o grupo, que administraria a posição até assegurar a vaga na elite.

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