Nas alturas, Fluminense perde o fôlego, o rumo e é massacrado pela LDU: 5 a 1

Tricolor sai na frente com Marquinhos em menos de um minuto, mas sofre cinco gols e terá uma missão muito complicada no Maracanã
Cansaço, altitude de 2.850 metros e um adversário inspirado. O Fluminense voltou na noite desta quarta-feira ao estádio Casablanca, em Quito, no Equador, e foi obrigado a relembrar a dramática decisão da Taça Libertadores do ano passado. Além de ter o mesmo adversário pela frente, a LDU, o Tricolor foi novamente derrotado. E, em vez dos 4 a 2 de 2008, impiedosos 5 a 1 na primeira partida da final da Copa Sul-Americana (assista aos melhores momentos do jogo no vídeo ao lado). Méndez foi o destaque com três gols. Salas fez o quarto, e De la Cruz, o quinto. Marquinho marcou para os brasileiros, com menos de um minuto de partida. É o fim de uma invencibilidade de 13 jogos dos cariocas.

Na próxima quarta-feira, no Maracanã, o Flu precisa vencer por cinco gols de vantagem para ficar com a taça ou por quatro para levar para os pênaltis. Vale lembrar que, na final, o gol marcado fora de casa não tem influência na definição do campeão. Antes, porém, o time de Cuca terá uma nova decisão pelo Campeonato Brasileiro. No domingo, o adversário será o Vitória, às 17h (de Brasília), também no Rio. Hora de voltar à luta para fugir da zona do rebaixamento.
Gol relâmpago do Flu, gandulas malandros e show de Méndez


Com a bola na barriga, Méndez comemora um dos seus dois gols no primeiro tempo

Pense rápido! Gol do Fluminense. Foi mais ou menos o que aconteceu com quem estava no estádio Casablanca. Bastou a bola rolar para a decisão, e o time brasileiro abriu o placar. Aos 20 segundos, uma jogada praticamente perdida se transformou em vantagem para os brasileiros. Depois de uma tabela frustrada com Alan, Fred aproveitou a trapalhada da defesa da LDU, arriscou de fora da área, e o goleiro Domínguez deu rebote. Marquinho, quase como um raio, bateu firme de canhota para deixar o Tricolor em vantagem. Primeiro gol dele com a camisa do Flu.

A partir deste momento, começou a faltar ar ao time carioca. Não pelos 2.850 metros de altitude, mas pela pressão equatoriana na busca pelo empate. Recuada, a equipe de Cuca praticamente convidou o adversário para uma “festa” na grande área. Os cruzamentos foram o principal artifício. Aos nove, a defesa tricolor vacilou na cobrança de escanteio, deu liberdade para Espinola, e Rafael precisou fazer uma grande defesa. Novas tentativas como esta chegaram a assustar, mas a sorte ajudou.

A ponta direita era quase o quintal dos jogadores da Liga para os cruzamentos. Dalton, Gum, Cássio e Rafael se viravam na defesa, mas não contavam com a maladragem dos gandulas. Antes que a bola saísse do campo, outra era atirada para os jogadores equatorianos. E foi daí que surgiu o empate. Numa rápida cobrança de falta de Bieler, aos 20, Méndez, principal jogador da LDU até então, recebeu assistência com liberdade do lado direito de ataque e, antes de entrar na grande área, soltou a bomba. Rafael acabou traído pela velocidade do chute, saltou de um jeito estranho e não evitou o empate: 1 a 1.


Fred não esconde a decepção com o jogo

Cuca queria o time mais agrupado e até conseguiu fazer com que jogadores de meio e ataque trocassem alguns passes. Fred e Alan chegaram a arriscar chutes de fora da área, mas sem direção. Aos 34, Méndez soltou a bomba com endereço certo, e Rafael fez linda defesa. O meia voltou a aprontar, dez minutos mais tarde, em cobrança de falta. Após acertar a barreira, o camisa 12 teve nova chance no rebote e guardou. Bola na gaveta, e 2 a 1 no placar. O golpe no fim do primeiro tempo tornou a missão tricolor mais difícil.

Tricolor sofre com Méndez e a altitude

A volta do intervalo confirmou uma alteração anunciada por Cuca ainda no primeiro tempo. Sem paciência com Alan, o técnico lançou Kieza ao lado de Fred no ataque. Os principais problemas dos brasileiros eram os erros de passe e a pouca posse de bola. A LDU partiu para decidir. Aos três, um chute de longe de Reasco, ex-São Paulo, por pouco não traiu o goleiro Rafael. Logo depois, Bieler recebeu na área, foi tocado por Gum e pediu pênalti. O árbitro uruguaio Roberto Silvera nada marcou.
Ampliar Foto Cezar Loureiro/O Globo Cezar Loureiro/O Globo
Conca não brilhou no estádio Casablanca

Os avanços pela direita continuavam sendo a maior arma equatoriana, mas vez ou outra Méndez e De la Cruz se arriscavam pelo meio. O volante Diguinho foi o primeiro a dar sinais de cansaço e falta de ar pelo efeito da altitude, aos 13 minutos. Maurício foi o escolhido para ocupar a função. Mariano também reclamou. Logo após a substituição, um erro na saída de bola custou caro ao Flu. Norberto Araujo cruzou para a área e encontrou Méndez sem marcação. Cabeçada certeira para fazer o terceiro dele no jogo: 3 a 1.



Conca, até então sumido na partida, só apareceu aos 21 minutos. Na primeira jogada trabalhada do time além do gol, o argentino bateu rasteiro de fora da área, e Domínguez fez a defesa. Mariano realmente não suportou a altitude e deu lugar a Ruy. Conca e Diogo demonstravam cansaço a cada arrancada. As mudanças renovaram o fôlego, mas não surtiram efeito. Aos 31, Salas recebeu na área pelo lado direito, sempre por lá, e fez o quarto da Liga, num forte chute cruzado. Fred, em cobrança de falta, por pouco não diminuiu, aos 38. Mas ainda havia tempo para o quinto da LDU. Aos 42, De la Cruz soltou uma bomba de fora da área e ampliou a vantagem. O sonho do título inédito fica bem distante.

Ficha técnica:

LDU 5 x 1 FLUMINENSE
LDU:
Alexander Domínguez; Norberto Araujo, Espinola e Calderón; Reasco, William Araujo, Miller Bolaños (Salas), Edison Méndez (Chila) e De la Cruz; Walter Calderón (Graf) e Bieler. Tecnico:Jorge Fossati.
FLUMINENSE
Rafael; Gum, Cássio e Dalton; Mariano (Ruy), Diogo, Conca, Diguinho (Maurício) e Marquinho; Alan (Kieza) e Fred.
Tecnico:Cuca.

Gols: Marquinho, aos 20 segundos, Méndez, aos 20 e aos 43 minutos do primeiro tempo, e aos 14 do segundo tempo. Salas, aos 31, e De la Cruz, aos 42 do segundo tempo.
Cartões amarelos: Espinola e Calderón (LDU);Marquinho, Rafael e Gum (Fluminense).
Estádio: Casablanca, Quito (EQU). Data: 25/11/2009. Árbitro: Roberto Silvera (URU). Auxiliares: Pablo Fandiño (URU) e Wálter Rial (URU).

Depois da goleada sofrida contra a LDU, técnico diz que Brasileirão é prioridade e pede o apoio da torcida contra o Vitória, domingo
Apagar o incêndio. Foi o que tentou o técnico do Fluminense, Cuca, após a derrota por 5 a 1 para a LDU, nesta quarta-feira, no primeiro jogo da final da Copa Sul-Americana. Em Quito, no Equador, o time saiu na frente antes do primeiro minuto, mas permitiu a virada e acabou goleado. Na entrevista coletiva, o treinador se preocupou em evitar que a derrota maiúscula afete a recuperação da equipe no Campeonato Brasileiro.

- Domingo é outra competição. Estamos nos limites das duas competições, infelizmente foi um deslize muito grande, mas ninguém morreu. A gente tem que ter o trabalho de não desvalorizar tudo o que foi feito até agora. Não quero falar muita coisa para não criar um clima ruim. É um desgaste grande e temos falado isso após as vitórias também. Não podemos culpar os guris pela derrota. Eles são responsáveis, mas não podemos culpar ninguém. Não podemos deixar a derrota nos abalar. Nossa equipe é jovem, boa. Teve uma noite ruim por cansaço, altitude e o bom futebol da LDU – disse.

No próximo domingo, o Tricolor recebe o Vitória, às 17h (de Brasília), no Maracanã. É a chance de vencer e sair da zona do rebaixamento. Apesar do resultado trágico, o técnico pede que a torcida não abandone o grupo.

- O maior consolo vai ser o torcedor, domingo. Ainda não acabou. A gente precisa muito dele para sair da situação ruim do Campeonato Brasileiro. Ser campeão é maravilhoso, mas a gente prefere ficar no Brasileiro. A gente pede ao torcedor que nos ajude a vencer no domingo. Nosso objetivo sempre foi o Campeonato Brasileiro e estamos numa sequência muito boa – afirmou.

De volta ao assunto Copa Sul-Americana, o resultado da primeira partida obriga o Tricolor a vencer no Rio por cinco gols de vantagem para ficar com a taça ou por quatro para levar o jogo para a prorrogação - e depois pênaltis, se na prorrogação houver empate. Cuca tenta adotar um discurso otimista.

- Tudo é possível na vida. Nós vamos lutar. Quarta-feira é outro jogo e pode ocorrer tudo – resumiu.

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