Brasil receberá R$ 100 milhões para combate à malária

As comunidades que vivem em 47 municípios de seis estados da região amazônica serão beneficiadas por um investimento extra de quase R$ 100 milhões para ações de prevenção e tratamento da malária nos próximos cinco anos. O Fundo Global de Luta contra AIDS, Tuberculose e Malária financiará o Projeto para Prevenção e Controle da Malária na Amazônia Brasileira, aprovado em 2008 e que começará a ser executado em 2010. O repasse será feito em cinco parcelas e representa um incremento de 14% em relação aos investimentos previstos pelo Ministério da Saúde para o período.

“O Brasil vem conseguindo resultados muito bons em relação à malária, com uma redução de 50% do número de casos entre 2005 e 2008. Esse recurso adicional vai contribuir para qualificar o trabalho nesses municípios que concentram o maior número de casos – com melhoria do diagnóstico e tratamento, a distribuição de mosquiteiros impregnados para proteger as residências, e também de treinamento e mobilização da comunidade. Nossa expectativa é que cheguemos a 2014 com apenas 150 mil casos por ano, uma redução importante e significativa”, disse o ministro Temporão nesta segunda-feira (16), em Manaus, durante a cerimônia de lançamento do projeto brasileiro.

A Fundação de Medicina Tropical do Amazonas (FMTAM) e a Fundação Faculdade de Medicina (FFM) serão responsáveis pelo gerenciamento administrativo e financeiro do projeto e pela execução de todas as ações. A meta é reduzir em 50% os casos de malária nesses 47 municípios, que foram responsáveis pela transmissão de quase 70% dos casos da doença no Brasil em 2007. Naquele ano, dos 458.624 casos registrados em todo o país, esse conjunto de municípios concentrou 311.279 casos de malária. O plano estima uma diminuição gradativa desse número, com a previsão de que eles caiam para pouco mais de 150 mil em 2014 (veja quadro abaixo):

O projeto visa ainda a colaborar na diminuição da morbidade e mortalidade na Amazônia, região que concentra 99% da transmissão da malária no Brasil. Para isso, traçou estratégias para garantir diagnóstico rápido, tratamento precoce e efetivo e distribuição de mosquiteiros impregnados com inseticida de longa duração, para controle vetorial. A mobilização de lideranças e organizações comunitárias também está entre as diretrizes. “O papel das lideranças será fundamental para garantir a aceitação e uso dos mosquiteiros instalados por meio do projeto, além de aumentar a procura precoce pelo diagnóstico e a adesão dos pacientes ao tratamento”, detalha José Ladislau, coordenador do Programa Nacional de Controle da Malária.

Dos 47 municípios que serão foco das ações do projeto, 16 estão em área de fronteira:
AC: Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Plácido de Castro e Rodrigues Alves.
AM: Atalaia do Norte, Autazes, Barcelos, Borba, Careiro, Coari, Guajará, Humaitá, Iranduba, Itacoatiaca, Lábrea, Manacapuru, Manaus, Manicoré, Novo Aripuanã, Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva, Santa Isabel do Rio Negro, São Gabriel da Cachoeira e Tabatinga.
AP: Oiapoque e Porto Grande
PA: Itaituba, Anajás, Jacareacanga, Pacajá, Itupiranga, Novo Repartimento e Tucuruí.
RO: Alto Paraíso, Buritis, Campo Novo de Rondônia, Candeias do Jamari, Cujubim, Guajará-Mirim, Itapuã do Oeste, Machadinho D’Oeste, Nova Mamoré e Porto Velho.
RR: Bonfim, Cantá, Caracaraí e Rorainópolis.

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