Procuradoria denuncia Jader Barbalho por desvio na Sudam

Agência Folha

O deputado federal Jader Barbalho (PMDB-PA) está entre as 15 pessoas denunciadas pelo MPF (Ministério Público Federal) no Tocantins sob acusação de desvio de verba em um projeto da extinta Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia).

O inquérito envolvendo o deputado está na PGR (Procuradoria Geral da República) pelo fato de ele ter foro privilegiado. Os demais --empresários e lobistas-- já estão denunciados à Justiça Federal.

Jader foi citado em depoimentos na época da eclosão do caso, em 2001, e repetidos em juízo no ano passado, como o mentor de desvios de R$ 16,7 milhões de verbas do Fundo de Investimentos da Amazônia em projeto da empresa de grãos Agroindustrial Dona Carolina.

O MPF diz que Jader cobrou de 15% a 20% de cada uma das nove parcelas repassadas pelo governo federal à empresa, que usava notas frias para prestar contas de sua contrapartida, que nunca existiu.

Em 2001, após denúncias sobre desvios na Sudam, Jader renunciou à presidência do Senado e, mais tarde, ao seu mandato para evitar ser cassado. No ano seguinte, voltou à vida pública como o candidato mais votado à Câmara em seu Estado, com 344 mil votos.

As irregularidades apontadas agora pelo MPF não constam em outro processo sobre desvios da Sudam, que tem 59 réus e no qual o político é apontado como líder do esquema.

Segundo o procurador da República no Tocantins Rodrigo Luiz Bernardo Santos, uma cópia das evidências contra o deputado no caso da Dona Carolina já está na Procuradoria Geral da República. Não há prazo para a definição se haverá ou não denúncia ao STF (Supremo Tribunal Federal).

Na esfera criminal, os 15 investigados podem responder pelo crime de peculato, com pena prevista de até 12 anos de prisão. Ainda podem ser cobrados na Justiça sobre o valor atualizado do suposto desvio, que chega a R$ 73,8 milhões.

A reportagem tentou contatar ontem o deputado no seu gabinete, em Brasília, e na sede do partido, em Belém, mas foi orientada a procurar seu advogado, José Eduardo Alckmin. O advogado também não foi localizado. Funcionários de seu escritório disseram à Folha que ele tinha compromissos de trabalho e que não poderia falar com a reportagem.

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