Expedição vai passar dois meses na floresta em busca de índios isolados da Amazônia

Uma expedição vai se embrenhar por dois meses nas matas da floresta amazônica, a partir de novembro, para tentar contato com tribos de índios que vivem isoladas na Amazônia. Doze pessoas, entre indigenistas, mateiros e índios participam da aventura. Há informações de que pelo menos 19 grupos vivem na região. A Fundação Nacional do Índio (Funai) vai tentar tentar confirmar a presença dos índios, mapear e traçar estratégias de proteção a esses índios isolados no Vale do Javari, no sudoeste do Amazonas.

O trabalho compreende sobrevoos e expedições terrestres e fluviais ao longo de aproximadamente 500 mil hectares. É nas expedições terrestres que se tenta o contato com os índios.

Segundo Elias Bigio, da Coordenação-Geral de Índios Isolados da Funai, pelo menos 19 grupos vivem isolados na região. No Brasil, a Funai tem referência de 69 pontos onde vivem indígenas que nunca tiveram contato com a civilização.

- Uma expedição dessas, além de confirmar a presença desses grupos, nos permite traçar estratégias de proteção. Nessa região, os índios vivem sob pressão por conta da pesca predatória feita por brancos para exportação de peixes ornamentais. Numa expedição recente no Vale do Javari, apreendemos 2 mil quilos de pirarucu, cuja pesca é proibida - salienta Bigio.

No Vale do Javari vivem, entre outras etnias, kulinas, korubos, mayorunas, matis, kanamaris e marubos. Durante a expedição, também será pesquisado o modo de vida dos grupos.

- Iremos mapear os território onde esses grupos estão instalados, a forma como ocupam esses locais, onde caçam e pescam e quais tipos de malocas habitam - acrescenta Bigio.

De acordo com a Funai, há concentração de índios isolados no Acre, na fronteira do Brasil com o Peru; em Rondônia, na fronteira do Brasil com a Bolívia; e nas regiões de Piripicura e do Rio Pardo, em Mato Grosso. Dentre os grupos isolados encontrados nesses locais estão representantes das etnias massako, urueuauau, kawahiva, hi-merimã e awá-guajá.

Em agosto, durante uma outra expedição, indigenistas fizerem um sobrevoo em área do estado do Acre onde vivem índios que nunca tiveram contato com a civilização. O objetivo deles foi jogar aos indígenas isolados objetos como machados, panelas e facões. Os indigenistas tiveram informações de que a tribo estava roubando esses objetos de seringueiros e outros índios, o que poderia causar um conflito na região.

Esses indígenas sabem da existência do homem branco mas não buscam contato. A Fundação Nacional do Índio (Funai) estimula que eles não busquem o contato. Ainda não se sabe a língua falada por eles, nem como se autodenominam. Os índios vivem em três reservas contíguas próximas à fronteira com o Peru que têm, juntas, 6.230 km².

Com essa área protegida, o grupo fotografado não sofre pressão, por enquanto, de populações do entorno. Por isso, a população deles dobrou nos últimos 20 anos, segundo a Funai. Nessa região vivem atualmente pelo menos 500 índios isolados. Outro grupo que vivia no Peru, pressionado por madeireiros, se mudou para o local. Ainda não está claro se isso pode causar algum tipo de conflito entre os indígenas.

Fonte: O Globo

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