Pará ameaçado por surto de doenças endêmicas

Enquanto o mundo volta a atenção para a gripe A, outras doenças endêmicas, como a malária, dengue, hepatite, hanseníase e doenças de chagas, até mais graves que a nova gripe, acabaram sendo “esquecidas” pela população.

Dados do Ministério da Saúde mostram que desde o dia 25 de abril, quando foi confirmado o primeiro caso de gripe A no Brasil, outras 6.592 pessoas já foram diagnosticadas com a forma grave da doença até o dia 29 de agosto. Neste mesmo período, 657 mortes por influenza A (H1N1) foram registradas em todo o país.

Estes números, aparentemente alarmantes, não chegam nem perto do número de casos de malária registrados somente no Estado do Pará. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (Sespa), de janeiro deste ano até o final de julho, o Pará registrou 43.516 casos da doença. Desse total, 15% se tratava de malária falciparum, uma espécie da doença que causa grandes complicações e mata. “A malária é uma doença muito séria e tem um peso muito grande em nossa região. O cuidado com ela deve ser redobrado”, é o que diz a infectologista Maria Rita Monteiro.

Outra doença silenciosa que tem assustado no Pará é a hanseníase. Pesquisas da Sespa revelam que o Estado possui 63,77 casos por cada 100 mil habitantes. A infectologista explica que, assim como os órgãos de saúde estão tendo cuidado em divulgar informações sobre a gripe A, deveriam se preocupar em fazer o mesmo com a hanseníase. “A população mais vulnerável à hanseníase tem dificuldades de acesso a informações, por isso os órgãos de saúde devem sempre investir em comunicação para que a informação e a prevenção da doença cheguem a todos os lugares”, ressalta Maria Rita.

Dengue hemorrágica deixa uma vítima fatal

No último mês, uma notícia trouxe à tona a preocupação com a dengue hemorrágica. Um rapaz de 18 anos, internado em um hospital particular de Belém, morreu vítima da doença. A dengue, que também saiu dos holofotes por conta da nova gripe, já registrou desde o início deste ano até o mês de agosto 9.332 casos.

“Todas as doenças endêmicas são problemáticas e merecem atenção especial dos órgãos de saúde, da sociedade e da mídia. O importante é que, ao sentir os sintomas de qualquer uma dessas doenças, a pessoa procure um médico. E o médico, por sua vez, deve se esforçar para dar um diagnóstico correto”, diz a infectologista Maria Rita.

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