Sócio-Torcedor: Leão descobre “fórmula” do milagre


Presidente e vice: início de gestão sofrível, mas tudo pode mudar

Imagine o Baenão com o mesmo gramado do Mangueirão, entradas especiais para os sócios – sem sufoco – e um Remo se arrumando para competições em um Centro de Treinamento estruturado. Imagine também a participação direta do torcedor nas eleições e organização do clube fora das quatro linhas. Essas são apenas algumas das consequências da implantação do projeto sócio-torcedor remista.

Orlando Frade, vice-presidente do Remo e diretor de assuntos estratégicos do clube, garante que, nos próximos meses, o primeiro projeto sócio-torcedor de uma agremiação do Norte do Brasil vai finalmente sair do papel. “O projeto sócio-torcedor é fundamental para que o Remo possa se levantar fora de campo. Já assinamos um convênio com uma empresa de marketing. Em breve, a torcida e o clube vão colher os frutos dessa parceria”, avisou.

Segundo Frade, a base para a criação do projeto sócio-torcedor são os programas que foram implantados no Internacional (RS) e Grêmio (RS) no início da década. “São os dois projetos com maior sucesso no futebol brasileiro. Hoje o Internacional tem mais de 100 mil sócio-torcedores. Acredito que possamos avançar até mais que os dois grandes do Rio Grande do Sul”, garante o dirigente em tom de otimismo.

Um dos pontos altos do projeto remista é trazer o torcedor para a condição de associado e, ao mesmo tempo, transformar quem já é associado em um torcedor mais participativo. “O programa tem como objetivo contemplar quem já é associado, proprietário do título de associado e aqueles que vierem a se tornar associados a partir de agora. É uma via de mão dupla”, explica Frade.

A empresa que o Remo contratou vai gerir todo o programa. “Os torcedores terão amplos direitos dentro do clube, participando da política de gestão do Remo, votando para a escolha dos próximos dirigentes, tendo facilidade de acesso ao estádio, de compra de ingressos pela internet e outros benefícios”, revela o dirigente.

>> Centro de Treinamentos: a realidade próxima?

Um sonho antigo não apenas do Remo, mas do Paysandu, arquirrival azulino, e de qualquer equipe de futebol do Norte do Brasil. Quem não gostaria de ter um Centro de Treinamento próprio, podendo preparar as equipes da divisões de base e o time de futebol profissional para competições de nível regional, nacional ou quem sabe até internacional? Acredite: mesmo vivendo um momento complicado dentro das quatro linhas, o Leão Azul está prestes a tornar esse desejo realidade.

Quem garante que o Centro de Treinamentos do Remo vai sair do papel é o próprio Orlando Frade, que também está por trás da implantação do projeto sócio-torcedor, outro sonho azulino. “O projeto do CT será apresentado ao Ministério dos Esportes para que possamos angariar recursos e torná-lo viável. Estamos atrás de empresas para investir no projeto, tendo como retorno a redução na arrecadação do Imposto de Renda”, explica Frade.

Com um discurso otimista, Orlando Frade manda o recado para as empresas que estejam interessadas em se tornar parceiras do Remo no projeto do CT: “As empresas que aderirem a nossa ideia serão nossos futuros investidores.

Estamos também atrás de um terreno que poderá ser doado ou comprado. Já existem empresas do ramo imobiliário dispostas a firmar algum tipo de parceria ou promoções com o nosso clube, para que possamos adquirir esse terreno”, revela.

Ainda que a ideia pareça engatinhar, Orlando Frande quer ver o Centro de Treinamentos funcionando no máximo até o meio do ano que vem. “Nossa expectativa é, de acordo com o estreitamento dos nossos laços com o Ministério dos Esportes, conseguir iniciar a construção do nosso Centro de Treinamentos até o meio do ano que vem. É assim que acreditamos que o Remo possa avançar para voltar aos dias de glória do passado”, completa.

>> Projeto do sócio-torcedor é “febre” no planeta

A grande maioria dos clubes brasileiros ainda não tomou a iniciativa de transformar em realidade o projeto Sócio-Torcedor. A iniciativa teve início nos grandes clubes da Europa, e tem como objetivo estabelecer e ampliar o contato entre agremiação e torcedores. No Brasil, a ideia tende a se tornar regra nas linhas dos planos de marketing das equipes.

De acordo com um levantamento realizado pelo Clube dos 13, entidade responsável pela defesa dos interesses políticos e comerciais das 20 principais agremiações de futebol do país, mesmo engatinhando pelo território tupiniquim, os projetos com sócios-torcedores já arrebataram cerca de 380 mil brasileiros dispostos a fazer qualquer coisa pelo time do coração.

A grande sacada dos projetos, além de acesso ao espaço físico do clube, é permitir aos clientes a acessibilidade facilitada aos jogos realizados dentro de casa pelas equipes. Internacional (RS) e Grêmio (RS), principais casos de sucesso da implantação do projeto no Brasil, colhem resultados dentro e fora de campo. O Internacional conquistou o Mundial de Clubes em 2006, segundo seus dirigentes, graças ao projeto. (Diário do Pará)

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