Criação da Província hoje Estado do Paraná - como a história se parece...


Para ficar ainda mais parecido com os debates de hoje, o primeiro governador do Paraná foi um baiano, Zacarias de Góes e Vasconcelos, que era deputado. No Carajás hoje, pode repetir-se a façanha de um imigrante, como o deputado Giovanni Queiroz.



Os debates no Parlamento Imperial sobre a criação da Província hoje Estado do Paraná, retirada do território de São Paulo, são tão parecidos com os de hoje, que basta pouco esforço para fazer o paralelo, depois de compreender a língua portuguesa que se falava entre 1843 e 1853.

Os argumentos pró e contra são os mesmíssimos: os pró afirmavam que a Comarca de Curitiba era explorada pelo governo da Província de São Paulo, que a Comarca de Curitiba era a mais rica da Província e, ao mesmo tempo a mais abandonada, etc, etc. Os contra diziam que era obra de aventureiros e que a Comarca de Curitiba não tinha rendas suficientes para se manter.

Hoje o Paraná é um dos Estados mais ricos da Federação.

História
Em 29 de agosto de 1853, o decreto aprovado pelas duas casas legislativas é sancionado pelo Imperador D. Pedro II, tornando-se lei:

Lei nº 704, de 29 de agosto de 1853:

Eleva a comarca de Curitiba, na Província de S. Paulo, à categoria de Província, com a denominação de — Província do Paraná.

Art. 1º A comarca de Curitiba, na província de S. Paulo fica elevada à categoria de Província, com a denominação de — Província do Paraná —. A sua extensão e limites serão os mesmos da referida comarca.

Art. 2º A nova Província terá por Capital a Cidade de Curitiba, enquanto a Assembléia respectiva não decretar o contrário.

Art. 3º A Província do Paraná dará um Senador, e um Deputado à Assembléia Geral; sua Assembléia Provincial constará de vinte Membros.

Art. 4º O Governo fica autorizado para criar na mesma Província as Estações fiscais indispensáveis para a arrecadação, e administração das Rendas gerais, submetendo depois o que houver determinado ao conhecimento da Assembléia Geral para definitiva aprovação.

Na mesma ocasião:
Do deputado paulista Silveira da Motta, em 1853: Estou certo que a província de São Paulo, sem a comarca de Curitiba, ficará sempre grande e gozará sempre de sua legítima influência pela sua riqueza e posição comercial, por sua ilustração e seus hábitos industriosos.

Do deputado mineiro Cruz Machado, no mesmo ano:
Decretemos a criação da nova província, senhores, e a geração presente curitibana nos enviará sinceros votos de agradecimento por havermos atendido à primeira e mais palpitante necessidade daquele belo país, a existência de um centro administrativo que promova sua futura grandeza; e desenvolvidos esses germens de prosperidade, dos quais a natureza foi pródiga para com aquela região, e decorridos alguns anos, tereis o prazer de ver os grandes resultados do vosso ato, e a posteridade paranaense recordando-se da Câmara de 1853 a recobrirá de bênçãos.

Para ficar ainda mais parecido com os debates de hoje, o primeiro governador do Paraná foi um baiano, Zacarias de Góes e Vasconcelos, que era deputado. No Carajás, hoje, pode repetir-se a façanha de um imigrante, como o deputado Giovanni Queiroz.
Postado por Manuel Dutra

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