Grupos separatistas tentam subdividir Pará em três Estados

da Agência Folha

Segundo maior Estado do país em área, o Pará vê o crescimento de movimentos separatistas que querem reduzi-lo a menos de 20% de seu atual tamanho. A ideia é criar dois novos Estados: Tapajós no oeste e Carajás no sudeste paraense.

De olho nas eleições, deputados das regiões separatistas se movimentam para aprovar ainda neste ano os projetos de plebiscitos sobre a divisão.

Em abril, a Câmara dos Deputados deu regime de urgência para as duas propostas, que agora podem ser votadas a qualquer momento. Os projetos já passaram pelo Senado.

Santarém é o centro de um movimento pró-Tapajós, que já tem até hino e bandeira. Na cidade, é comum locutores de rádio informarem "a hora do Tapajós", apesar de ela ser a mesma do resto do Pará. A Prefeitura de Rurópolis já está preparando uma placa de boas vindas ao Estado ainda inexistente.

"Na prática já somos um Estado: 80% da população do Tapajós não conhece Belém. As pessoas só vão para lá quando têm câncer", diz o deputado Lira Maia (DEM), ex-prefeito de Santarém (1.431 km de Belém).

O líder do movimento do Tapajós é o professor de literatura Edivaldo Bernardo, da Universidade Federal do Pará. A campanha separatista, afirma, é bancada pela Associação Comercial do Oeste do Pará e pelas prefeituras e câmaras dos municípios da região, que pagam material impresso e viagens de lobby a Brasília.

Em Carajás, repete-se a estratégia de agir como se a unidade existisse. Em Marabá, vereadores colocaram uma bandeira não-oficial do Estado do Carajás na Câmara Municipal.

Campanhas em escolas municipais estimulam o separatismo entre as crianças, que enviam cartas com pedido de plebiscito a congressistas.

O pecuarista, líder separatista e prefeito de Pau D'Arco, Luciano Guedes (PDT), argumenta que Carajás cresceu muito e precisa se organizar politicamente. Para ele, o tamanho do Pará torna-o inadministrável.

Contrário à divisão, o professor de geografia André Martin, da USP, diz que as unidades criam custos extras para a União e desequilibram ainda mais as relações no Congresso, já que cada nova bancada tem um mínimo de oito deputados.

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